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Triathlon é mais que a soma dos tempos de natação, ciclismo e corrida, pois o cronômetro não para. Quanto mais curta a prova, mais decisivos são os segundos ganhos ou perdidos na área de transição e, portanto, mais importante o treinamento específico. Não apenas a adaptação do corpo às mudanças de esportes, mas também como realizar essas mudanças rápida e eficientemente.
Tirar as sapatilhas e desmontar da bike em movimento são habilidades essenciais em provas curtas, assim como planejar a organização das sacolas de transição de um Ironman. Essas técnicas podem ser trabalhadas em praticamente todos os treinos, mas alguns macetes só são aprendidos com muito tempo de prática e várias experiências fracassadas. Em nove anos de triathlon, seis deles como profissional, desenvolvi uma pequena lista de “macetes” capazes de automatizar (e acelerar bastante) minhas transições. Aqui vão eles:
T1
Sapatilhas
Treine para deixá-las presas aos pedais. Devem estar com o velcro ou presilhas soltas e a parte superior o mais aberta possível. Faça com que fiquem paralelas ao chão prendendo-as com elásticos (que arrebentem facilmente) ao câmbio dianteiro e à blocagem traseira, o que evitará que elas batam no chão antes da linha de monte.
Óculos
Podem ser presos com fita adesiva ou ter suas hastes inseridas nos buracos de ventilação do capacete — de forma que não impeçam a colocação do mesmo. Assim, você poderá colocá-los quando já estiver pedalando em ritmo estável. Se for um capacete modelo aerodinâmico, deixe os óculos dentro dele, com as lentes viradas para baixo e uma das hastes levantada — você poderá mordê-la para segurar os óculos até a saída da transição, no caso de preferir não colocá-los no rosto imediatamente.
Capacete
Coloque-o sobre o guidão da bicicleta, virado para você e de “cabeça para baixo”; assim, estará na posição ideal para ser colocado.
Bicicleta
Observe se a marcha está adequada para o início do ciclismo — não deve ser leve nem pesada demais, para facilitar a arrancada. Os pneus devem estar calibrados, e a bicicleta, presa de forma que não fique difícil soltá-la.
T2
Organização do espaço
Se possível, distribua seu material no lado oposto à mão que você utilizará para empurrar a bicicleta (se você é destro, coloque o material à esquerda da bike). Deixe-o visível e organizado, de um jeito que minimize as chances de você ou outro atleta bagunçá-lo durante a T1, mas próximo à roda da frente, para que você não tenha de entrar entre bicicletas para alcançá-lo.
Número de peito
Disponha o cinto de número aberto, com o número voltado para baixo e as pontas dos tênis “pisando” nele. Se ele for obrigatório também no ciclismo, deve ser disposto da mesma maneira, porém sob o capacete.
Tênis
Apoiados sobre o número de peito, devem estar bem abertos para facilitar a entrada dos pés. Caso use meias, deixe-as na posição em que serão calçadas, ligeiramente inseridas em cada um dos tênis.
Viseira, óculos, GPS e nutrição
Os itens “secundários” devem ficar na frente dos tênis, claramente visíveis. A ordem da transição deve ser: abaixar-se retirando o capacete, calçar os tênis e sair correndo prendendo o cinto de número, segurando o gel e a viseira.
Sacolas de transição
Se a transição for feita com sacolas, insira os equipamentos na ordem inversa à qual serão pegos: primeiro o cinto de número, depois o capacete e os óculos, para a T1; nutrição, viseira e óculos antes, tênis e meias depois, para a T2. Certifique-se de que os tênis estão com os cadarços adequadamente soltos, que o boné e o capacete estão ajustados no tamanho correto e que os óculos estão limpos antes de inseri-los nas sacolas. Quanto à nutrição, procure reunir tudo em um único volume, seja utilizando um saco plástico ou unindo os sachês de gel com fita isolante, para evitar que se percam durante a transição.
Visualização da transição
Planeje com antecedência todo o material que será necessário para a prova e separe-o na véspera, sobre uma mesa, o que funciona como um check-list visual. No dia da competição, chegue à área de transição com tempo suficiente para organizar seu material, observar a localização da sua bicicleta com base em pontos de referência locais (árvores, edifícios, corredores etc.) e visualizar cada transição: imagine a entrada, a ordem das ações e a saída. É muito mais fácil raciocinar sobre esses pontos com calma do que com o coração na boca, na hora da prova!
Matéria publicada na Revista Vo2 Bike, edição #100, janeiro de 2014
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