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A disputa da elite masculina no Mundial de Estrada em Doha (Catar), no sábado (15), foi coroado com um epílogo que os franceses gostam de chamar de “sprint royale”. Três campeões da prova, o eslovaco Peter Sagan (2015), o britânico Mark Cavendish (2011) e o belga Tom Boonen (2005) brigavam pelo bicampeonato. Mas no fim, prevaleceu a estrela de Sagan que, com mais de uma bicicleta de vantagem sobre Cavendish, emplacou seu segundo triunfo consecutivo e sagrou-se bicampeão mundial de estrada. O australiano Michael Matthews, prata no ano passado em Richmond (EUA), ficou em quarto, atrás de Boonen.
Depois de duas horas de prova, as equipes britânica e belga formaram um pelotão de elite num trecho da estrada cravado numa área desértica, acompanhadas por italianos e holandeses. No retorno à área urbana de Doha, a diferença do pelotão na liderança sobre os demais concorrentes cresceu de um para quase dois minutos.
Assim que o belga Peter Stuyven abriu a última volta do circuito, o holandês Niki Terpstra tentou tomar a dianteira, mas foi acompanhado por outro belga, Greg van Avermaet. Os italianos aproveitaram para colar nos líderes. Outro holandês, Tom Leezer voltou à carga a dois quilômetros do final, mas os belgas novamente deram combate, neutralizando a investida, repetindo o que haviam feito com Terpstra.
Foi então que Sagan deu sua cartada; Cavendish, que o marcava, cavou um espaço pela esquerda e o acompanhou. Sagan superou o italiano Giacomo Nizzolo, que havia assumido a ponta, no que foi imitado pelos ciclistas que o acompanharam no pódio.
Ao conquistar o título de bicampeão mundial de estrada, Sagan também tornou-se o sexto ciclista da história a defender com sucesso seu título na edição seguinte da competição, disputada desde 1927. Desde 2006/07 isso não ocorria; o último autor desse tipo de façanha havia sido o italiano Paolo Bettini. Nessa prova, apenas 12 ciclistas têm mais de uma medalha de ouro.
“Havia um pouco de vento frontal, então percebi que tinha que vir de trás. Acho que tive sorte, porque Nizzolo não bloqueou minha passagem. Se ele o tivesse feito, nós certamente colidiríamos, porque eu não frearia. Poderíamos ter colidido, mas estou feliz. É inacreditável”, comentou Sagan.
Cavendish lamentou o incidente de seu colega britânico Luke Rowe, que se afastou da luta devido a um furo num de seus pneus. “Com Rowe, teríamos três no pelotão líder, o que seria valioso no final”.
Após abiscoitar a prata no Omnium nos Jogos Olímpicos, atrás do italiano Elia Viviani, Cavendish não parecia muito feliz com outro vice. “Vou ter que me resignar com mais uma segunda colocação neste ano”.
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