Tour de France pretende abandonar uso das modelos nas premiações

Atualizado em 02 de março de 2018
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A organização do Tour de France pretende acabar com o costume de ter hostesses entregando troféus e  beijinhos para os vencedores de cada etapa da competição, que este ano começa no dia 7 de julho. As chamadas podium girls eram consideradas uma “parte da atração” pelo tradicional público da prova – costume enxergado por muitos como machista e não-condizente com os dias atuais. A notícia foi dada ontem pelo jornal britânico The Times.

 

O ciclista belga Jan Bakelants no pódio, acompanhado por duas modelos

Nos últimos anos, a presença das modelos nos pódios vinha gerando polêmica. No pódio do belga Tour de Flanders em 2013, o tricampeão mundial Peter Sagan beliscou a modelo Maja Leye enquanto ela dava o tradicional beijo na bochecha no vencedor, Fabian Cancellara. Sagan publicou um pedido de desculpas após o incidente. 

Em 2015, o papel das podium girls voltou à discussão após comentários inapropriados do ciclista belga Jan Bakelants, que brincou sobre a possibilidade de as garotas terem doenças sexualmente transmissíveis. Perguntado sobre o que levaria na mala para as competições, ele respondeu “Um monte de camisinhas. Nunca se sabe onde as meninas estiveram“. 

 

Tendência 

 

Outras provas ciclísticas já tinham cedido à pressão popular e abandonado o emprego das modelos como ajudantes de palco para os vencedores. Em 2017, a Vuelta a España não contratou modelos para a função, substituindo-as por “homens e mulheres elegantemente vestidos”. O Tour Down Under, na Austrália, substituiu as moças por ciclistas mirins – em outro passo contra o machismo vigente, o Tour também anunciou prêmios igualitários para homens e mulheres a partir de 2019. 

O Tour de Flanders também anunciou que não empregará mais as “flower girls”, como eram conhecidas as ajudantes de palco – famosa após o episódio com Sagan, Maja Leye recebeu novo cargo, agora como mestre de cerimônias. 

Com o Tour de France seguindo a liderança da Vuelta (ambas organizadas pela ASO), faltará apenas o Giro d’Italia abolir a presença das modelos nos palcos. O diretor do Giro, Mauro Vegni, defendeu o emprego das modelos e chamou a decisão das outras provas de “moda passageira”