Cânion Fortaleza: para sentir orgulho de ser brasileiro

Atualizado em 02 de fevereiro de 2018
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>> Parte 4 da nossa aventura pela região dos cânions do Itaimbezinho <<

Este é um dos lugares mais poderosos do Brasil, mas no entanto não tem a fama do Cristo Redentor do Rio de Janeiro. Nem as águas translúcidas de Fernando de Noronha. Tampouco as quedas infinitas de Foz do Iguaçu. O Cânion Fortaleza ainda não conquistou a notoriedade que merece.

Atração turística natural com potencial imenso, o cânion pertence ao Parque Nacional da Serra Geral, mas o país parece não dar bola. Uma pena, já que os gigantescos paredões rochosos de até 700 metros de profundidade e repletos de Mata Atlântica são uma das nossas maiores joias.

(Foto: Jorge Bortolaci)

Junto com o Cânion do Itaimbezinho, esse é um dos destinos imperdíveis da Região Sul. E o melhor: dá para descobrir boa parte de bike.

O cânion

Exatos 22 km separam Cambará do Sul e a portaria do parque. De lá, até a Trilha do Mirante, uma estrada de terra de cerca de 8 km. O acesso pode ser feito também de carro. Com boas condições de tempo é possível margear o cânion pedalando por um bom trecho. Não foi o nosso caso e por segurança – sim, é possível cair em meio à neblina densa – o guia resolveu criar um roteiro alternativo.

(Foto: Jorge Bortolaci)

Mesmo assim, quem já viu aberto garante: é ainda mais deslumbrante do que o Cânion do Itaimbezinho. Embora as bikes consigam cobrir bem a parte superior do parque, há trechos em que só se chega caminhando, como a Pedra do Segredo (3 km ida e volta). Tome cuidado com fotos na beirada, especialmente selfies – há casos de acidente registrados.

Cachoeira do Tigre Preto

Sequência de três quedas d’água bem fartas, não dá pistas sobre o nome inusitado. Um baita lugar para sentar e meditar diante do precipício.

O véu líquido despenca todo dentro do Cânion Fortaleza. É um lugar lindo mesmo com neblina e chuvisco. É preciso abandonar a bike nos 150 metros finais. Fique atento, há pequenas e inofensivas cobras d’água na região – eu quase apoiei a bike em uma.

(Foto: Fernando Angeoletto)

Sobre a formação

Há cerca de 130 milhões de anos uma forte explosão subterrânea levantou lavas basálticas que se esparramaram em forma de crosta e depois racharam. Os primeiros colonizadores notaram que as bordas afiadas davam a sensação de terem sido aparadas à faca. E assim veio o nome de Aparados da Serra.

(Foto: Jorge Bortolaci)

A mata atlântica e as araucárias que dão o tom característico vieram bem depois. O Parque Nacional da Serra Geral foi criado em 1992 e os dois juntos têm mais de 30 mil hectares, área considerada pequena para parques nacionais.

Fator sorte

Não vou esconder de você: é preciso ter alguma sorte para ver o Cânion Fortaleza, o Mirante e a Cachoeira do Tigre Preto. Eu não tive. Sim, cheguei lá e a visibilidade mal passava de 30 metros. Uma pena, claro, mas fui na época mais sujeita a variações –entre novembro e março.

Entre junho e agosto, apesar do frio, o tempo é firme. O bom é ter uma margem de dias na região para aproveitar a melhor janela de tempo (consulte operadores locais).

 

>>> Serviço

Embora seja o melhor jeito de cobrir boas extensões dentro dos parques nacionais, a bike não é a favorita dos visitantes. Isso porque o parque nacional recebe muitas famílias de férias e tem grande parte dos seus principais pontos acessíveis a curtas caminhadas.

Carros circulam dentro dos parques. Saiba tudo sobre o Parque Nacional da Serra Geral aqui.  O Guia de Visitantes de Aparados da Serra também é uma boa fonte de consultas.

A maior parte dos tours é a partir de Cambará do Sul, geralmente em jipe. Agências como a Caminhos do Sertão  se dedicam mais ao cicloturismo em áreas que extrapolam a área de 30 mil hectares dos parques.

Já a Cambike se dedica a roteiros de bike mais puxados para quem mais busca aventura – e perrengues.