O mercado de bicicletas seguiu um processo de evolução muito homogêneo, seja nas principais fábricas de bicicletas localizadas na Europa e EUA, na década de 1970, ou mesmo nas precoces taiwanesas, como a Giant, fundada em 1972. Nos primórdios do ciclismo, os quadros eram todos fabricados com ligas metálicas, a partir do velho aço – uma mistura de ferro e carbono (o “ouro negro” já marcava presença na indústria desde o início). Logo depois, nos anos 80, a metalurgia buscou inovações e acabou introduzindo outras ligas em seu processo de fundição.
Várias vezes ouvimos falar de quadros de “cromo”, que não é exatamente um material em sua forma pura, mas sim uma mistura de ligas metálicas de aço (ferro + carbono), cromo e molibdênio, que proporciona uma tubulação muito mais fina e resistente em relação aos primeiros quadros de aço puro.
Tudo ia muito bem até uma aparente evolução que a meu ver favoreceu mais a indústria que os consumidores. O capitalismo falou mais alto e tivemos um retrocesso com a introdução dos quadros de alumínio, tidos como mais leves que seus antecessores. A verdadeira justificativa para essa mudança foi a possibilidade de “industrializar” todo o processo, criando uma linha de produção automatizada, barateando drasticamente os custos – o que não era possível com os quadros de aço-cromolibidênio devido ao processo de soldagem manual e aos custos com lâminas e limas de desgaste rápido.
Mas o fato é que os quadros de alumínio não possuem as vantagens dos seus antecessores no quesito resiliência (capacidade de sofrer tensões, torções e voltar ao seu estado original), sendo “ásperos” e “duros” de manejar, pois têm menor capacidade de absorver impacto. O passo seguinte nessa evolução foi a chegada quase simultânea de dois materiais que dividiram as apostas na indústria ciclística: o titânio e o carbono. Um grupo expressivo de empresas americanas, como Litespeed, Merlin e Serotta, e algumas italianas como Passoni, De Rosa, Colnago, Pinarello apostaram na liga metálica oriunda da indústria aeronáutica – o carbono. Inicialmente, apenas as americanas e a italiana Passoni focaram totalmente nessa liga.
As demais acharam melhor distribuir suas fichas e acompanhar o movimento que nascia na indústria taiwanesa, dedicando alguns projetos ao “ouro negro”. Algumas marcas tiveram problemas com os primeiros quadros de carbono, que eram flexíveis e quebradiços, inicialmente. O titânio é, sem sombra de dúvida, o quadro mais macio e suave que pedalei até hoje. Seu feeling é inigualável, e suas respostas, rápidas. Lembro da antiga equipe Gewiss, que introduziu quadros de titânio da italiana De Rosa no pelotão profissional de 1994 e amealhou inúmeras vitórias.
Entre titânio e carbono, hoje já podemos dizer quem arrebatou mais seguidores. Mas os quadros de ligas metálicas (excetuando-se os de alumínio) ainda são os meus preferidos, seja por sua maciez e estilo atemporal ou pelo óbvio trabalho artesanal envolvido. Isso faz com que possuam uma alma genuína, talvez explicada pela íntima ligação com o artista/artesão que os concebeu.
Coluna publicada na Revista VO2 Bike Edição 98 – Nov/13
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