Em breve, quem pedala em São Paulo poderá ter acesso a um novo aplicativo destinado a ciclistas, chamado Woole. André Arcas, quando instado a explicar o que é o app, logo saca a frase: “é o Waze do ciclista”. Formado em Direito pela Universidade de São Paulo, Arcas estudou também Empreendimento e Inovação em Stanford, nos Estados Unidos, e com ajuda de quatro colegas está desenvolvendo a ferramenta que se propõe a auxiliar ciclistas a escolher rotas, dentre outras funcionalidades. A oficina do quinteto se localiza no Centro Velho de São Paulo, à Rua Boa Vista, entre o Largo de São Bento e o Pátio do Colégio.

A proposta de financiamento coletivo foi lançada na plataforma Benfeitoria, e o banco Itaú, segundo Arcas, já se comprometeu a bancar 20% da meta mínima, que o empreendedor prefere não divulgar. O processo de arrecadação se encerra no dia 10 de novembro.

Mas, afinal, qual é a proposta da Woole? O aplicativo deverá auxiliar o usuário a escolher rotas que se interponham entre dois pontos quaisquer da cidade. O ciclista deverá selecionar os caminhos escolhendo entre três diretrizes, a saber: o mais seguro (aquele que percorra ciclofaixas e ciclovias e, na ausência destas, vias com fluxo menor de veículos motorizados); o mais plano (com altimetria ou relevo mais favorável, de forma a desgastar menos o corpo do condutor da bike); a mais rápida.

O app abrange também ferramentas para localização de bicicletários, vestiários e oficinas de manutenção. Para que funcione devidamente, desde já Arcas pede o engajamento dos ciclistas, uma comunidade que tem já em seu DNA o hábito de compartilhar informações. “É importante que os ciclistas emitam sua opinião sobre um determinado paraciclo, por exemplo. Se ele teve a má experiência de ter sua bike roubada naquele local, é fundamental que nos informe, e até mesmo se há algum buraco no percurso”. As avaliações e dicas dos ciclistas serão difundidas pelo app, em sistema colaborativo.

A paixão pelo deslocamento em duas rodas (não motorizadas) levou Arcas e seus amigos a lançarem um serviço feito basicamente “na raça”. Eles recebiam demandas por caminhos e, com base em informações oferecidas por serviços como o Google Street View, por exemplo, elaboravam as rotas. Cerca de 300 ciclistas foram atendidos dessa forma.

Quando a Woole nascer – provavelmente no início de 2017 -, será disponibilizado gratuitamente tanto para Android quanto iOS. “Vejo a bicicleta como um veículo para melhorar a saúde das pessoas, preservar o meio ambiente, proporcionar economia ao trabalhador e até mesmo baratear o preço dos bens. Pensemos que, ao desafogar o trânsito, até mesmo o transporte de cargas custará menos. Trabalho pensando nisso”, diz o empreendedor.