Dicas de como pedalar com criança na bike

Atualizado em 20 de junho de 2018

É cada vez mais comum ver pais levando seus filhos em suas bicicletas, seja em um passeio no final de semana ou em seus deslocamentos do dia a dia. Reunimos algumas orientações para garantir que tudo dê certo na hora de levar seu filho na garupa: 

 

Idade certa

De acordo com o pediatra Moises Chencinski, o ideal é que o pai ou a mãe comece a levar o filho para passear na bike quando ele já consegue ficar sentado sozinho de maneira adequada. “Mesmo que o equipamento ofereça certa estabilidade à criança, é importante que ela tenha desenvolvido um bom equilíbrio”, comenta o especialista. “Minha recomendação é que se espere a criança ter um ano para começar a levá-la nesses passeios”.

 

Escolhendo a cadeirinha

Nossa expert Silvia Ballan, ciclista urbana há mais de 25 anos, explica que há dois tipos de cadeirinha: as dianteiras, que costumam comportar crianças de até 15 kg, e as traseiras, geralmente capazes de transportar pequenos caronistas de até 35 kg.

 

 

“Na hora da compra, é preciso ficar atento à capacidade máxima de cada modelo para não adquirir o produto errado”, alerta Silvia, que leva todos os dias sua filha mais nova para a escola de bike. “É um momento simples de locomoção, mas que se transforma em alegria, sem falar que é uma verdadeira aula de cidadania para ela”.

Segundo a ciclista, a escolha do modelo vai depender das características da bike, como altura do guidão e ângulo do quadro. “No caso das cadeirinhas dianteiras, o comprimento dos braços do ciclista também vai interferir na escolha”.

Independentemente da marca e modelo, é importante testar o produto antes para ver se encaixa bem na magrela e se oferece conforto à criança. “Na hora de fixar o acessório, fique atento ao manual, que deve ser seguido à risca, evitando qualquer adaptação ou gambiarra”, ressalta a ciclista.

 

 

Período de adaptação

Segurança e confiança são essenciais na hora de sair para pedalar, principalmente na companhia de uma criança, e a dica para conquistar isso é treinar. No início, o ciclista vai estranhar o peso extra na bike, que afeta um pouco o equilíbrio – até que esteja acostumado com essa mudança, é melhor não arriscar-se no trânsito. Uma sugestão é treinar aos finais de semana em horários que ruas e parques estejam tranquilos. “Até pegar o jeito, é bom fugir de trajetos com muitas subidas e descidas”, aconselha Silvia.

 

Detalhes que fazem a diferença

O balanço do passeio pode dar sono na criança e fazê-la dormir. Se ela ainda for muito pequena e os pais puderem esperar, o ideal é interromper o passeio e deixá-la tirar uma soneca. Se não for possível aguardar ou não achar necessário, uma alternativa, segundo Silvia, é usar aquelas almofadinhas infláveis de pescoço para oferecer sustentação. “São fáceis de achar e não ocupam espaço na mochila”.

Outra dica importante é em relação ao horário. É bom evitar sair quando o sol está muito forte e em períodos de grande congestionamento por causa da poluição. “Não esqueça também de sempre levar no passeio uma garrafinha de água”, alerta Moises.

 

Atenção redobrada

Com ou sem uma criança, todo ciclista precisa de muito cuidado na hora de encarar as ruas. Silvia conta que já passou por momentos de apreensão, quando carros não respeitaram a distância mínima ou passaram por ela em alta velocidade. “Sinto que os motoristas respeitam mais ao verem que estou com minha filha, mas acredito também naquela ideia de que gentileza gera gentileza”.

 

Agradecimentos: Moises Chencinski, membro do departamento de pediatria ambulatorial e cuidados primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo; Silvia Ballan, ciclista urbana há mais de 25 anos e autora do blog Silvia e Nina