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Se você mora em São Paulo, certamente viu que as bicicletas amarelas da Yellow, primeira empresa a adotar no Brasil o sistema dockless (sem estação, na tradução), se multiplicaram pelas ruas a partir do início de agosto.
Em entrevista à VO2Bike, o diretor de comunicação e marketing da Yellow, Luiz Felipe Marques, avaliou experiências mal sucedidas no exterior, afirmou que o serviço “já deu certo” na capital paulista e que a empresa conta com todas as camadas sociais para ir ainda mais longe.
Confira os trechos do bate-papo:
VO2Bike: A startup chinesa Gobee saiu de Bruxelas e Paris depois que boa parte de suas bicicletas foi destruída. A Yellow não teme que algo semelhante aconteça aqui no Brasil?
Luiz Felipe Marques: Nós acompanhamos todas as operações pelo mundo. No caso das companhias que não deram certo pelo mundo, nós enxergamos alguns motivos. O que acontece é que há uma série de requisitos e etapas que você deve cumprir. Um entrave muito grande para muitas companhias é a parte regulatória. E alguns entram se aventurando nesse segmento. Lançam de uma maneira mal feita, de um jeito que não conversa com a cidade e as pessoas.
Em 2016, na China, 70 empresas desse segmento estavam trabalhando simultaneamente. Cada uma colocava suas bikes onde queria, sem regulamentação, sem conversar com o usuário. Dessas 70, sobraram três. A grande maioria dessas empresas não conversou com o governo e não entendeu a demanda do usuário.
A Yellow é diferente porque já começou com regulamentação na prefeitura de São Paulo. Temos mais de 2 mil bikes nas ruas e atingimos mais de 100 mil corridas em menos de um mês. Já saímos da etapa do “será que vai dar certo?”. Já deu certo.
E como vocês acompanham os casos de vandalismo?
Alguns são chocantes, mas o cenário pode parecer pior do que é de verdade. Alguns ainda não entenderam do que se trata, pensam que está abandonada. Em outros casos, tem a maldade mesmo, querem levar vantagem. Aos poucos, as pessoas vão entendendo que o risco de ser pego é maior do que o lucro que ele pode ter. As peças são difíceis de serem vendidas. O que gostamos de ver é que o impacto da bicicleta tem sido muito mais positivo do que os casos de vandalismo. Tem gente que nos manda foto da bicicleta estacionada e pergunta: “É assim que tem que deixar?”. As pessoas estão querendo que dê certo.
No início da operação, as bicicletas da Yellow estavam concentradas em regiões nobres de São Paulo. Como vocês querem atingir outras áreas da cidade?
As bikes agora estão na cidade inteira. Na própria tela do aplicativo, já é possível ver que tem bike na Brasilândia, em Guaianazes, no Capão Redondo, no Grajaú. Claro que o uso na Faria Lima e no Butantã, por exemplo, é mais intenso, porque nessas regiões as pessoas estão acostumadas a utilizar a bicicleta, até pela questão do deslocamento mais curto.
Para funcionar bem, nosso serviço precisa de volume. O nível de confiança das pessoas tem que ser assim: “desci do meu prédio ou do meu trabalho e quero uma bicicleta”. Se tem que procurar muito por uma bike, já não funciona. Nossa bike é para ser acessível. Queremos que todo mundo use, sem distinção se o cara tem mais grana ou menos grana. É um negócio de volume. Precisamos de muita gente usando para que dê certo.
Quais são as próximas cidades brasileiras que devem receber a Yellow?
Temos sido procurados por lugares do Brasil inteiro, principalmente do interior de São Paulo, do Nordeste e de outras capitais. Ainda estamos definindo quais são as próximas cidades, conversando com prefeituras, órgãos de segurança e ONGs de bike. Por enquanto, estamos muito concentrados em São Paulo. Queremos que São Paulo se torne um modelo de lugar em que o bike sharing funcione. Depois, nossa ideia é também expandir para a América Latina. É um mercado que recebe bem a bike. Tem uma demanda interessante. E nós vamos para ser líderes mesmo.
A Yellow tinha prometido um sistema de bonificação a usuários com boas práticas para evitar que as bikes atravancassem calçadas e garagens, mas, por enquanto, não saiu do papel. Existe alguma novidade?
É uma ideia que não se perdeu. A operação ainda é recente. Muitas ideias estão sendo construídas. Esse assunto vem daqui a pouco. Deve ter novidade sobre isso. Antes de lançar o sistema de bonificação, precisávamos das respostas das pessoas em relação ao produto, ver o que dava para ser ajustado, como foi a adesão.
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