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Posso dizer que o Tour do Brasil/Volta Ciclística do Estado de São Paulo 2014 foi uma grata surpresa para mim, assim com deve ter sido também para todos os amantes
do esporte em nosso país. Realizado entre os dias 6 e 19 de fevereiro, o evento provou que é possível sim promover uma competição de ciclismo de estrada de alto nível no Brasil. E quando falo alto nível, não me refiro apenas ao técnico, mas a todos os elementos que tornam a prova um grande evento esportivo, despertando a paixão do público.
Este ano, a organização realmente acertou na receita e conseguiu fazer a competição acontecer e brilhar como nunca se viu em sua história. O percurso total de 930 km passando por belas cidades do interior paulista, tendo como etapa final um circuito no centro na capital (Copa da República de Ciclismo), não foi nem um pouco monótono, como era de costume nas edições anteriores — muito pelo contrário. A prova foi espetacular, muito bonita de se ver e prazerosa para quem a acompanhou no dia a dia. O belo percurso, a concentração do pelotão e as situações de alta competitividade certamente cativaram o público durante toda a competição ao longo das oito etapas.
O nível competitivo realmente surpreendeu, inclusive as equipes estrangeiras, que esperavam encontrar uma prova mais tranquila como nos anos anteriores. Já nos primeiros 3 km era perceptível a diferença do nível técnico. O percurso exigiu muito dos atletas e o ritmo de prova gerava muita expectativa dentro do pelotão. Todo dia poderia haver o fator surpresa, o que só não aconteceu por conta da equipe de São José de Campos, que também surpreendeu com sua excelente preparação, sagrando-se campeã com mais de 20 minutos de vantagem sobre a segunda colocada, a colombiana EPM/Une Ciclismo, apesar do alto nível técnico.
A prova também foi abrilhantada por destaques individuais, como o paulista Magno Prado Nazaret, que conquistou seu bicampeonato no Tour do Brasil. Independentemente do excelente trabalho da equipe de São José, da qual faz parte, Magno demonstrou que é um atleta com nível técnico muito bom, assim como vinha fazendo em outras competições internacionais. Mas quem realmente impressionou foi o jovem ciclista da equipe de Sorocaba João Marcelo Gaspar, de 21 anos, conhecido como Canibal. Ele demonstrou grande capacidade e qualidade física, tanto que foi campeão das categorias montanha e sub-23, além de ocupar a terceira colocação na classificação geral. Apesar do excelente desempenho, ele dá indícios de que pode melhorar ainda mais, sendo uma grande promessa para o nosso ciclismo.
Foi de fato um grande evento, competitivo, de alto rendimento, bonito e empolgante de se ver. Isso é o ciclismo. É a paixão que a gente esperava de um Tour do
Brasil. Essa identidade em termos de evento é o caminho para o desenvolvimento do esporte no País. Agora, é preciso multiplicar. Com competições desse tipo sendo
realizadas com a frequência adequada, a ascensão do ciclismo brasileiro certamente será mais rápida.
Coluna publicada na revista VO2 Bike, edição 102
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