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Olá amigos das duas rodas, quero compartilhar com vocês a experiência que tive (junto com o ciclista Odair Pereira) na Europa no mês de julho deste ano. No dia 6 saímos de São Paulo e seguimos para Montenegro, no leste europeu, e após uma longa viagem chegamos na cidade de Bilejo Polje, onde participamos no dia 9 do II Trophy Montenegro de MTB, que foi valida pelo ranking da UCI com pontuação Classe 1, em que somam pontos os 15 primeiros colocados.
A prova foi realizada num percurso de 5 km com sete voltas. A pista era dura pois tinha longas subidas e descidas técnicas e velozes, em que nos revezamos nas primeiras posições junto com o atleta da Romênia, Tudor Oprea, que conseguiu abrir nas ultimas voltas uma vantagem sobre nós e levou o primeiro lugar. Eu terminei em 2º lugar e Odair em 3º, e assim conquistamos valiosos pontos para o País. Jaqueline Mourão também estava presente no evento e conquistou o segundo lugar.
Em Bjelo Polje fomos muito bem recebidos pelo organizador do evento, Mr. Branko, que estava realizando a competição pelo segundo ano em Montenegro. Além de cuidarem do nosso transporte eles ainda arcaram com despesas de hospedagem e alimentação durante o evento para todos os participantes – haviam 11 países representados no evento, e Odair, Jaqueline e eu estávamos lá para representar o Brasil.
Áustria
Terminada a prova em Montenegro partimos para Áustria, rumo à cidade de Perg, onde treinamos durante a semana e nos preparamos para o 9º Festival de MTB de Windhaag, que também foi uma prova válida pela UCI como classe 1.
A competição de Windhaag reuniu alguns dos melhores atletas europeus e teve um alto nível. A prova foi realizada num percurso muito técnico, cheio de sobe e desce, onde a velocidade variava muito e eram necessárias muitas mudanças de marchas e técnica nas descidas, e mais uma vez marcamos pontos valiosos no Ranking Internacional. Odair chegou em 10º e eu em 11º, o campeão da prova foi o austríaco Christoph Soukup. Estiveram presentes no evento atletas vindos da Itália, Holanda, Dinamarca, Israel, Polônia e outros. No feminino, Jaqueline fez uma bela prova e conquistou a 5º colocação e marcou mais alguns pontos no ranking da UCI para garantir a vaga nas Olimpíadas de Pequim em 2008. Ficamos felizes com nosso desempenho pois o ritmo foi muito forte.
Apesar do sacrifício, da longa viagem, e do cansaço da espera nos aeroportos realmente valeu a pena, pois além de ter conquistado bons resultados, acrescentamos mais experiência internacional em nossa bagagem e esperamos dar continuidade ao nosso trabalho, conquistando mais espaço no cenário internacional. Agradecemos ao COB e a CBC por ter dado inicio a este trabalho.
Terminadas estas provas, logo arrumamos as malas para voltar ao Brasil e encarar as provas nacionais, como o Campeonato Brasileiro.
Ranking UCI
Em 2006 foi dada a largada pela busca por pontos que irão classificar os países que irão competir nas Olimpíadas de Pequim, em 2008. Os Rankings de 2006 e 2007 serão somados e para se estar nas Olimpíadas será necessário o país estar entre os 25 primeiros no Ranking Internacional no masculino e entre os 18 no feminino.
Numa prova Olímpica só largam 50 atletas no masculino e 30 no feminino e, pensando no número de países e atletas que existem, para se chegar a uma Olimpíada é preciso muito trabalho. Outra forma de classificação fica por conta dos campeonatos continentais de 2007, onde os países que não estiverem entre os 25 primeiros no ranking disputarão duas vagas.
Atualmente, o Brasil está entre os 30 primeiros no masculino, e está próximo de ser listado entre os 25 primeiros. Esta melhora dependerá totalmente de um trabalho Internacional. Durante o ano temos centenas de provas e, infelizmente para nós brasileiros, elas acontecem na maior parte na Europa. As pontuações variam de acordo com a classe da prova, uma Copa Internacional, por exemplo, é uma prova de classe 2 e pontuam os 10 primeiros, sendo que o 1º marca 30 pontos e o 10º marca 1 ponto. Em uma prova de classe 1 pontuam os 15 primeiros, o 1º marca 60 pontos e o 15º marca 1 ponto.
O grau de pontuação aumenta de acordo com o nível da prova, como Campeonatos Nacionais, Continentais, Copas do Mundo e Mundiais. O 1º de um Nacional marca 110 pontos na UCI e o 1º de um Continental marca 200 pontos, e o 40º marca 3 pontos, e assim vai, quanto maior o evento maior a pontuação e também o número dos que pontuam. Por exemplo, numa prova de classe 1 pontuam os 10 primeiros, e numa Copa do Mundo os 61 primeiros e todos que terminarem a prova após esta colocação têm direito a 3 pontos. Bom, são muitos números mas não é difícil de entender.
Uma outra coisa importante é que só é computado no Ranking das Nações a pontuação dos três melhores atletas no ranking do país. Após a etapa do Campeonato Brasileiro de XC, os três melhores no ranking da UCI no Brasil são:
– 168 pontos: Edivando de Souza Cruz
– 134 pontos: Ricardo Pscheidt
– 110 pontos: Tiago Aroeira
No total somamos 412 pontos após o Campeonato Brasileiro realizado em Ouro Preto/MG. Outro atleta que está bem no ranking é Odair Pereira, com 95 pontos, que não pode fazer uma boa prova no Brasileiro por ter seu equipamento extraviado na viagem para Europa, mas somou muitos pontos na Copa Internacional e nas provas na Europa, e no Brasileiro foi o 10º colocado.
Diante desta situação, hoje é realmente essencial que os países enviem seus atletas para competirem fora, pois não somente o ranking é usado nas Olimpíadas mas também determina o numero de participantes num Mundial e outras provas importantes. Além disso, o alinhamento dos atletas é feito totalmente pela colocação no Ranking Internacional, se um atleta for para um Mundial sem pontos ele larga na última fila e ai será difícil ter um bom resultado. Neste ano, a CBC e o COB deram início a um trabalho e será necessário continuar. Sabemos que o Brasil tem um grande potencial e pode crescer muito fazendo um trabalho contínuo.
Edivando de Souza Cruz (Equipe Astro/Manitou/Vzan/Michelin), que assina esta coluna, é paulista de Ilhabela, onde reside, e pratica mountain bike desde 1993. Participou da Olimpíada de Atenas, conquistou medalha de prata nos jogos Pan-Americanos de San Domingos, em 2003; cinco vezes campeão brasileiro de MTB; campeão brasileiro de Cross Country e Maratona e campeão Pan-americano de Cross Country. Atualmente é número 1 do Ranking Brasileiro de Mountain Bike.
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