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Em relatório divulgado pela plataforma Infosiga SP, do Governo do Estado de São Paulo, dados mostraram que o número de acidentes com ciclistas que terminaram em mortes na capital paulista aumentou 75% (de 12 vítimas para 21) no primeiro semestre de 2017 em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O Infosiga SP (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de SP) é uma iniciativa do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito que, por sua vez, tem como principal objetivo reduzir pela metade as vítimas fatais de acidentes de trânsito no estado até 2020. Com indicadores mensais, o intuito do Infosiga é fornecer dados para a criação de políticas públicas mais precisas e prevenir melhor acidentes com ciclistas.
De janeiro a junho de 2016, foram computadas 12 mortes de ciclistas no município de São Paulo. Fevereiro foi o mês com mais acidentes fatais: 3. Já no atual ano, o número de vítimas foi para 21, o que representa um aumento de 75%. Março, abril, maio e junho tiveram 4 acidentes cada. Em janeiro, foram 3; em fevereiro, 2.
O aumento, além de ir contra o objetivo do programa do Estado, assusta quem utiliza a bike como meio de locomoção na maior cidade da América Latina. Em entrevista à Rádio CBN, Daniel Guth, diretor da Ciclocidade (Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo), reafirmou a preocupação: “Essa é uma resposta à ausência de políticas desenvolvidas pelo poder público. Não temos visto políticas reais, sobretudo pensando em quem se locomove de bicicleta. Foi isso que levou a esse aumento”.
O prefeito da capital, João Doria, afirmou à Folha de São Paulo, em abril, que estava fazendo uma reavaliação das ciclovias para remanejá-las ou retirá-las. Na ocasião, disse que “na periferia há várias ciclovias que não têm ciclistas. E elas, na verdade, prejudicam o comércio varejista”. Daniel Guth também contesta a medida: “As periferias são os locais com mais ciclistas e menos condições seguras para eles se locomoverem. Por isso concentram mais mortes”.
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