A Federação Britânica de Ciclismo anunciou que passará a permitir freios a disco em todas as suas competições. A organização segue os mesmos passos das entidades reguladoras do esporte nos Estados Unidos, Canadá e Austrália, que também já autorizaram o novo método de frenagem. A inclusão de um maior número de ciclistas no circuito profissional é o principal argumento para sustentar a decisão.
“Sabemos que comprar uma bicicleta é um investimento significativo para muitos. Com a indústria produzindo cada vez mais bicicletas com freios a disco, sentimos que seria correto alterar nossas regras para garantir que as pessoas possam participar de todas as formas de ciclismo, seja recreativo ou competitivo, com apenas uma bike”, disse o diretor ciclismo da Federação, Jonny Clay.
Os experimentos da União Ciclística Internacional com os discos de freio foram anunciados em 2015, apesar do assunto ainda levantar inúmeras discussões entre os atletas. O período de testes foi suspenso em 2016 após o ciclista Fran Ventoso alegar ter se cortado com um disco na Paris-Roubaix, mas foi retomado no ano seguinte.
A UCI segue relutante para liberar totalmente o uso do equipamento: 2018 marcará o terceiro ano de testes nas suas competições. Os competidores têm de garantir que seus discos possuem bordas suaves, entre outras regras, mas ainda não há uma especificação para o tamanho.
Apesar de outros obstáculos, como o banimento da peça pela Federação Espanhola, seus fabricantes defendem o produto veementemente. Eles afirmam que a tecnologia não traz apenas mais potência de frenagem, mas sim maior controle e consistência.
Os ciclistas ainda estão divididos, alguns acreditam ser uma medida inclusiva e uma evolução tecnológica que beneficiará o esporte, outros defendem que um pelotão com forças de frenagem diferentes pode se tornar mais perigoso e propenso a colisões.
Marcel Kittel venceu uma etapa do último Tour de France com freios a disco, mostrando que há potencial para a peça equipar ciclistas de elite. Resta aguardar os pronunciamentos da UCI para a temporada 2019, quando se espera que a regulamentação seja totalmente definida.
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