A ciclista transgênero Rachel McKinnon conquistou pela segunda vez consecutiva a medalha de ouro no Campeonato Mundial de ciclismo feminino master, na categoria 35 a 39 anos. O título da atleta canadense levantou polêmica, já que a participação da ciclista na competição gerou alguns protestos com alegações de que ela levaria vantagem sobre as competidoras.
Rachel McKinnon, professora universitária, venceu a prova de sprint na categoria para atletas de 35 a 39 anos, derrotando na final a norte-americana Dawn Orwick – na classificatória, a canadense estabeleceu o recorde mundial da prova para a faixa etária. O pódio do Mundial disputado em Manchester ainda teve a dinamarquesa Kirsten Herup Sovang na terceira colocação.
“Todos os meus registros médicos dizem que sou mulher. Meu médico me trata como uma mulher, minha licença de corrida diz que sou uma mulher, mas as pessoas que se opõem à minha existência ainda querem pensar em mim como homem… Então, se queremos dizer que acredito que você é uma mulher para toda a sociedade, exceto por essa parte central que é o esporte, isso não é justo”, disse a canadense, alegando que impedir a participação de atletas transgêneros nas competições femininas equivale a “negar seus direitos humanos”.
Uma das principais reclamações da participação da canadense no Mundial feminino veio por meio de Victoria Hood, atleta e gerente de uma equipe feminina.
“Não é complicado, a ciência está lá e diz que é injusto. O corpo masculino, que passou pela puberdade masculina, ainda mantém sua vantagem, que não desaparece. Eu tenho simpatia por eles. Eles têm o direito de praticar esportes, mas não o direito de entrar em qualquer categoria que desejarem”, afirmou à Sky News.
Após a vitória no Mundial, McKinnon desabafou em suas redes sociais: “Ainda não encontrei uma verdadeira campeã que tenha problema com mulheres trans. Campeões de verdade querem uma concorrência mais forte. Se você vencer porque o fanatismo proibiu sua concorrência… você é uma perdedora”, escreveu.
A participações de mulheres transexuais em competições femininas tem sido alvo de grandes debates no universo esportivo nos últimos, e a maioria das federações internacionais de modalidades e o próprio Comitê Olímpico Internacional (COI) já têm políticas para tal.
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