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Quem corre sabe que cigarro e corrida não combinam. Mas, para aqueles que não conseguem largar o vício, a boa notícia é que essa regra não se aplica apenas pelo fato de a atividade física estar ligada ao bem-estar. A tentativa de abandonar o cigarro, que certas vezes é marcada por recaídas e fracassos, só acontece quando o cérebro percebe que terá alguma recompensa. E as corridas ajudam nesse aspecto.
Diferentemente do que muitos dizem, deixar o vício de lado não é apenas uma questão de força de vontade. O hábito está ligado a fatores físicos, comportamentais, cognitivos e emocionais. Isso porque o cigarro tem diversas substâncias que são nocivas ao organismo. A nicotina, mais famosa delas por ser responsável por criar o vício de fumar, é apenas uma delas. Absorvida nos pulmões, ela vai para o coração e se espalha pelo corpo rapidamente através da corrente sanguínea. Demora apenas dez segundos para chegar ao cérebro, atuando nos receptores ligados às sensações de prazer. Por isso e tão difícil interromper o fumo.
Como o organismo está acostumado a funcionar sob o estimulo da droga, quando a nicotina para de circular na corrente sanguínea o cérebro precisa se adaptar a nova realidade, gerando a famosa crise de abstinência. Dor de cabeça, sono alterado, irritabilidade e mudança no apetite e no humor são apenas alguns dos sintomas. Mas eles costumam durar algumas semanas. E podem ser aliviados com a prática de atividade física, principalmente as de intensidade moderada ou alta, como a corrida.
Quem pratica algum esporte, em geral, tende a fumar menos ou abandonar o tabagismo, pois são liberadas endorfinas que proporcionam sensação de bem-estar. Mais: correr fortalece todo o sistema, inclusive o respiratório, dilatando as vias aéreas, o que auxilia na eliminação das secreções. Isso acontece porque o tabaco reduz a oxigenação das células e causa inflamações nos alvéolos pulmonares. O processo produz muco e algumas secreções, as quais limitam a capacidade respiratória. Sendo assim, o fôlego fica comprometido devido às baforadas.
Ao começar a se dedicar às passadas, o cérebro restabelece o nível dos neurotransmissores que foram desorganizados pela retirada da nicotina, aliviando a intensidade e a duração dos sintomas da crise de abstinência. A produção da endorfina, por sua vez, substitui a da dopamina, neurotransmissor ativado pela ligação entre a nicotina e os receptores, responsáveis pelo sentimento de saciedade.
Mas para que a investida na corrida de rua tenha os efeitos positivos, o melhor é começar a correr pelo menos duas semanas antes de parar de fumar. Determinado o dia que você abandonará o vício (fator importante para que todo o processo tenha resultado), corra na véspera do dia marcado. Isso aumentará a confiança e a autoestima, fazendo com que seja mais fácil manter a decisão.
Lembre-se, sempre, que correndo você se livra mais rapidamente do monóxido de carbono e aumentando os níveis de oxigênio em circulação no organismo. O crescimento da produção de endorfinas e dopaminas restaura no equilíbrio do organismo, dando forças para que você ultrapasse a vontade inicial de voltar ao vício.
Porém, mantenha-se consciente de que você precisará se esforçar. É preciso traçar objetivos e metas específicas para poder trocar os fumódromos pelas pistas.
(Fonte: Marcelo Avelar, corredor e educador físico da R.White – São Paulo)
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