Por Tadeu Matsunaga

O Campeonato Mundial de Ciclismo começa no próximo domingo (16 de setembro) na cidade de Valkenburg, na Holanda. Com direito a três vagas na elite masculina, o time brasileiro estará representado apenas por Rafael Andriato que foi ausência nos Jogos Olímpicos de Londres. O mesmo acontece entre as mulheres, onde Clemilda Fernandes será a única atleta do país.

Questionada, a Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) alega falta de verba para encaminhar todos seus ciclistas para a Europa. Inclusive priorizando novos valores na prova. Wellida Rodrigues (feminino), Carlos Henrique e Caio Godoy (masculino) são os juniores convocados para o Mundial.

Porém, é difícil admitir a falta de verba da CBC. Andriato realmente é nosso melhor ciclista na atualidade, vive um grande momento, mas a ausência de Murilo Fischer – que está de saída para a FDJ e motivado – é um tanto incomoda, para não dizer inexplicável.

Há muitos anos no continente europeu, Fischer reside na Itália, mais precisamente Veneza. Será que pesaria tanto cobrir a passagem do catarinense a Holanda e de mais dois atletas da elite?

O jornalista Bruno Vicari, do Blog Pedaladas, realizou um cálculo simples que comprova que a prática não é das mais complicadas. O valor médio de uma passagem aérea da Alitalia (ida e volta) é de €140,00, ou R$ 390,00, enquanto qualquer deslocamento de atletas do país a Europa, pela KLM, teria um custo em torno de R$ 4mil.

Levando em conta que também existe a questão de hospedagem, um hotel de 4 estrelas em Valkenburg, com quarto duplo e estadia de uma semana, teria um custo de R$ 1.400. Colocando no pacote despesas relacionadas a transporte, alimentação – cerca de R$ 200 por dia para cada- chegamos a R$ 2.800.

Somando-se as passagens, as hospedagens e as verbas para cobrir outros gastos, o valor não chega a R$ 9 mil reais. Ou seja, com um investimento abaixo de R$ 10 mil poderíamos ter uma equipe completa e com possibilidades de protagonizar um papel mais honrado na Holanda. Não que Andriato não seja capaz, mas sozinho as coisas se tornam muito mais complicadas.

Se recordarmos o passado recente, Fischer já vivenciou uma situação um tanto constrangedora no Mundial de 2010, quando, sozinho, foi o responsável por agilizar todos os trâmites da delegação brasileira. Para quem está acostumado a organização diária dentro do ProTeam, um cenário desolador.

Redação

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