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É possível ir do leito de uma UTI a uma competição de ciclismo em duas semanas? Para o administrador hospitalar Hertes Hassegawa, sim. Sua trajetória de superação teve o primeiro episódio no dia 2 de maio, quando uma obstrução intestinal provocou sua internação em uma unidade de cuidados intensivos.
Hertes, de 55 anos, aproveitou a manhã do Dia do Trabalho para pedalar com os amigos em Niterói (RJ). Tudo corria bem até a hora do almoço. Um desconforto na região abdominal gerou apreensão no administrador hospitalar. O problema foi se agravando, até que ele decidiu consultar os médicos do hospital em que trabalha.
Foi constatada a suboclusão intestinal, agravada por uma hiperdesidratação relacionada ao overtraining no pedal. Hertes permaneceu dois dias na UTI e deu continuidade ao tratamento em sua casa. “Infelizmente, a vida faz com que nós tracemos alguns caminhos, e começamos a repensar algumas coisas e também a nossa vida de esportista”, diz.
Duas semanas separaram o dia de sua alta no hospital da viagem para Campos do Jordão (SP), onde, no último fim de semana, Hertes disputou a Copa VO2Bike. Ele pegou a estrada para a “Suíça brasileira” com um grupo de doze companheiros de pedal, parceiros que o acompanharam nos últimos seis meses de treinos para o Desafio da Serra de Campos e deram força para sua recuperação meteórica.
A primeira conversa de Hertes com a reportagem do VO2Bike aconteceu no último sábado (20), dia da retirada dos kits para a prova. “O percurso é maravilhoso. Tem um ‘paredão’, mas a gente vai superar”, previu. Dito e feito. No domingo (21), Hertes superou o “paredão” e coroou sua recuperação ao completar os 48 km da Copa VO2Bike sem nenhum problema. “Terminei sem muito estresse. Também nem podia”, riu, relembrando a saga entre a UTI e as subidas de Campos do Jordão.
O médico Alexandre Vergete foi outro participante que ficou próximo de desistir do desafio na última hora. Isso porque ele estava na reta final de sua preparação para a Copa VO2Bike quando viu um imprevisto quase jogar fora meses de treinamentos intensos. Na última quarta-feira (17), a dois dias de viajar para Campos do Jordão, local da tradicional prova de ciclismo, decidiu fazer um treino de tiro em Niterói, cidade onde vive, para chegar afiado na Serra da Mantiqueira. Ele só não contava que teria um acidente de trânsito pelo caminho.
“Uma senhora foi entrar em uma garagem e não sinalizou. Eu bati de lado no carro dela. Não deu tempo de parar”, conta. A batida deixou a porta do carro amassada e duas de suas costelas fissuradas – além da incerteza sobre sua participação na Copa VO2Bike. Encaminhado a um hospital, foi informado que a colisão provocou edema ósseo, o que explicava as fortes dores que sentia desde o momento do acidente.
Vergete teria dois dias para escolher entre o repouso e a Copa VO2Bike. No fim das contas, a vontade de pedalar na Serra Velha de Campos do Jordão falou mais alto. Na visita ao médico, ganhou a liberação para participar da competição, mas foi avisado que teria que conviver com a dor durante alguns dias, mesmo com os analgésicos.
Cinco dias depois do acidente em Niterói, a dor não impediu o médico de cravar o 32º melhor tempo da Copa VO2Bike: 1h43min39. “Estou satisfeito com o meu resultado. Valeu a pena”, concluiu.
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