A tradicional Prova Ciclística 9 de Julho chega neste ano à sua 71ª edição e deve reunir cerca de 2.500 ciclistas em São Paulo. Em 2015, o evento deixou o Autódromo de Interlagos e voltou a movimentar as ruas de São Paulo. Embora o roteiro inclua algumas das principais vias da capital paulista, o ciclista terá dificuldades caso queira treinar no percurso que terá pela frente no dia 9 (domingo). O enorme fluxo de carros na cidade impossibilita o ciclista de pedalar sem riscos.
Em 2017, há uma novidade no trajeto, já que o trecho do Obelisco, próximo ao Parque Ibirapuera, foi retirado da prova. Os participantes também terão distâncias maiores em relação ao ano anterior.
Aspirantes (masculino e feminino) percorrerão 45,4 km, completando duas voltas pela capital paulista. A elite masculina pedalará durante 113,5 km, totalizando cinco voltas. As mulheres da categoria elite federado terão três voltas na competição (68,1 km), enquanto os homens federados encerram a disputa com quatro voltas (90,8 km).
A VO2Bike conversou com três atletas que venceram categorias diferentes da Prova Ciclística 9 de Julho em 2016 para descobrir os segredos do percurso. Confira abaixo as dicas de Sheila Aparecida Simões, primeira colocada no aspirante feminino, Daniela Cristine Lionço, campeã na elite feminina, e Joel Candido Prado Júnior, o mais rápido entre os profissionais.
ESTUDE O PERCURSO COM ANTECEDÊNCIA
“É preciso pegar o percurso na internet e fazer de carro para conhecer. As vias não são fechadas, então é muito difícil fazer de bicicleta no dia a dia, principalmente para quem está sozinho. Simular com o carro ajuda a reconhecer todos os trechos. Meu técnico também sabia todo o percurso. Ele sabia onde eu teria curvas fechadas, onde encontraria tachões e valetas de ferro. Eu estudei totalmente o trajeto antes e consegui vencer”, conta Simões, que trabalha como enfermeira e faturou o título com o tempo de 38min52.
OS DOIS LADOS DO TRAJETO
“Todos os túneis são perigosos. Vi alguns acidentes no túnel próximo à chegada. Felizmente, consegui escapar da queda naquele trecho. No túnel do Jockey, você encontra alguns buracos e vem muito veloz para a chegada. Para os sprintistas, é a oportunidade de dar o melhor. Outra parte crítica é o Villa Lobos. Em compensação, é muito gostoso passar pelo povo e ver o povo gritando. Isso motiva bastante. A 9 de Julho vem para favorecer isso, uma vez que saiu de um circuito fechado e veio para a rua. Todo mundo pode sair de casa e ver o que está acontecendo. É diferente de Interlagos”, acrescenta Simões.
LARGUE NA FRENTE
“O percurso mudou um pouco, mas não é totalmente novo. Aumentou a quilometragem. Uma dica legal é largar na frente. Como tem muita gente na prova, você ganha posições com um posicionamento melhor. A largada é primordial. Quanto mais na frente você andar, mais vai evitar tombos. Se ficar para trás no pelotão, vai ver algumas quedas. Estando na frente, você vê melhor o percurso, tem a visão geral da competição e evita acidentes”, sugere Prado, bicampeão da principal categoria da 9 de Julho.
MINIMIZE A POSSIBILIDADE DE ERRAR
“Minimizando a possibilidade de sofrer com erros e acidentes, o ciclista já garante que vai estar na corrida. Depois, tudo influencia. Tem que prestar muita atenção. Se livrou dos tombos, dos pneus furados, vem a estratégia. O novo circuito favorece muito, porque os participantes podem se familiarizar com o trajeto. Na primeira volta, dá para conhecer o percurso, ver onde tem curva, onde é possível dar um sprint”, aponta Lionço.
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