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Por Camila Brogliato
No ciclismo, os cotovelos funcionam como amortecedores do impacto causado no corpo pelas pedaladas em terrenos irregulares, descidas e subidas. Se os braços ficam tensos e estendidos demais, se as mãos apertam muito o guidão ou há uma torção constante dos cotovelos para trocar as marchas, frear ou fazer manobras com a bicicleta, a dor no cotovelo pode aparecer, pois as articulações podem sofrer sobrecarga e, consequentemente, ser acometidas por incômodos que caracterizam uma lesão chamada epicondilite, muito comum em ciclistas, assim como em praticantes de golfe e tênis.
O que é
A epicondilite é uma inflamação — ou tendinite — decorrente de sobrecarga nos tendões dos músculos extensores originários do epicôndilo — proeminência óssea que dá forma ao cotovelo —, responsáveis pela movimentação dos punhos e das mãos. Ela ocorre inicialmente por meio de microlesões na origem da musculatura extensora do antebraço, sendo mais frequente a ocorrência no tendão extensor radial curto do carpo, localizado abaixo do extensor radial longo do carpo. É caracterizada por dor na região do epicôndilo — lateral ou medial —, que se estende ao dorso do antebraço.
Causas
Ciclistas com a musculatura do antebraço fraca são mais suscetíveis a esse tipo de lesão. Esticar demais os cotovelos ou manter os braços muito tensos durante as pedaladas também pode contribuir para a sobrecarga dos tendões do cotovelo, assim como movimentos repetitivos com o punho e os dedos — frenagem e troca de marchas, no caso dos ciclistas.
Diagnóstico
A dor de cotovelo na região do epicôndilo é o principal sinal do problema. Essa dor costuma estender-se ao dorso do antebraço, impossibilitando a pessoa não só de praticar o esporte, mas também de executar atividades laborativas e da vida diária. São dois os tipos de tendinite que podem acometer o cotovelo dos ciclistas. A dor situada na parte externa, sentida ao fechar o punho ou levantá-lo para cima, indica inflamação nos tendões do epicôndilo lateral. Se a dor for na parte interior do cotovelo, identificada ao girar os pulsos para cima e para baixo, a lesão se localiza nos tendões do epicôndilo medial.
Tratamento
Ao identificar essa dor característica no cotovelo, a orientação é procurar um médico especializado para confirmação do diagnóstico e orientação clínica. O tratamento da epicondilite prevê repouso do braço por pelo menos duas ou três semanas, aliado a compressas de gelo na parte externa do cotovelo de duas a três vezes por dia, além de fisioterapia, fortalecimento e alongamento da musculatura específica. Se não tratada adequadamente, a lesão pode acarretar dor crônica, limitação dos movimentos e contração duradoura do cotovelo.
Prevenção
Antes de qualquer coisa, procure um bike fitter para um ajuste preciso da sua posição sobre a bike, o que não só evitará lesões nas articulações, mas também proporcionará maior conforto e eficiência na pedalada. Ao pedalar, segure o guidão mantendo os cotovelos ligeiramente flexionados e os ombros para baixo, relaxados, evitando tensão no pescoço. Os pulsos devem ficar em linha reta e o queixo, dobrado. Mantenha sua coluna em uma posição neutra e as costas retas. Certifique-se ainda de que as marchas e os freios da sua bike estão em uma posição confortável para não forçar excessivamente os pulsos e cotovelos ao acioná-los. A seguir, o fisioterapeuta e bike fitter Fernando Rianho indica alguns exercícios de fortalecimento e alongamento dos músculos do antebraço que ajudarão a prevenir esse tipo de lesão.
(Matéria publicada na Revista VO2 – edição 111 – Setembro/ Outubro de 2015)
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