A escocesa Jasmin Paris tornou-se, na última quarta-feira (16), a primeira mulher a vencer a ultramaratona Montane Spine Race, que cruza montanhas da Inglaterra em um percurso de 239 km.

Como se não bastasse a dificuldade de correr por um terreno montanhoso, Paris ainda precisou fazer paradas para tirar leite, já que ainda não deixou de amamentar Rowan, sua filha de 14 meses.

No fim das contas, quebrou o recorde da Montane Spine Race ao cruzar a linha de chegada em 83h12min23s, superando por uma diferença de 12 horas a marca anterior.

Paris, de 35 anos, parou nos pontos de checagem da ultramaratona para tirar leite como tentativa de prevenir uma mastite, inflamação das glândulas mamárias que acomete uma em cada dez mulheres que amamentam.

“Eu pensei que teria deixado de amamentar até a corrida e tentei desmamar Rowan em seu aniversário de um ano, mas, durante as festas de fim de ano, ela teve duas viroses. Precisei voltar a amamentá-la muitas vezes ao longo da noite para alimentá-la”, disse Paris.

Antes de competir na Montane Spine Race, ela fez um relato que emocionou outras mulheres sobre as dificuldades de se manter firme na corrida após dar à luz.

Segundo ela, faltavam tempo e horas de sono para que ela estivesse disposta para treinar. A inscrição na ultramaratona inglesa serviu para que ela não pulasse os treinos e buscasse uma motivação para seguir correndo.

Os sacrifícios feitos por ela para correr, aliados à vitória na ultramaratona, renderam elogios na imprensa britânica.

Ao noticiar o feito de Paris, o jornal The Guardian destacou o “a história notável da corredora ultrapassa limites impossíveis por puro amor ao esporte”. Sean Ingle, um articulista do The Guardian, completou escrevendo que “a façanha de Paris seria um antídoto bem-vindo ao esporte moderno”.