Desde 2014 no circuito de corridas, a Igaratá 23k sempre deixou meu olhos brilhando. Depois que enfrentei minha primeira maratona em 2017, tomei coragem para desbravar algumas provas que sempre sonhei – Igaratá 23k era uma delas. Inscrição feita, dei início aos treinos em janeiro deste ano.
Costumo treinar na USP, então fiz inúmeras subidas da Biologia e Química, que são ótimas para ganhar resistência na corrida. Se antes pensava que não tinha preparo para uma prova assim, coloquei na cabeça que era preciso pegar pesado nos treinos, e assim o fiz.
No final de semana da prova, me sentia confiante e devidamente treinado para completar a Igaratá 23k. Não estava preocupado com tempo, queria terminar bem o trajeto. Todo mundo comentou e me alertou sobre as subidas entre os km 4 e 8. Escutei todos os conselhos e larguei para a prova com o pensamento de que tudo daria certo.
Após 1,5km de descida superconfortável, apesar de nunca ter corrido no cascalho por tanto tempo (o percurso inteiro é permeado de cascalho e terra batida, salvo alguns pedaços de asfalto), estava concentrado nos próximos trechos que prometiam ser piores. E foram mesmo.
A primeira subida do trajeto já era bem dura, mas assim como no asfalto, diminuí o passo e mantive a corrida morro acima. Depois de uns 500 metros de subida percorridos, olhei para cima e vi que não conseguiria chegar ao topo correndo. Para economizar energia parti para a caminhada. Finalizada a “senhora” subida, minhas pernas estavam cansadas como nunca. Na hora, pensei no quanto ainda faltava para acabar (18 km) e logo a ideia de que não estava preparado coisa nenhuma. Engana-se quem acha que asfalto te prepara para uma trail run como a Igaratá 23k!
Mas calma, não se trata de um péssimo desafio. Pelo contrário: precisa estar preparado, é claro, mas a paisagem é linda e eu estou pensando em corrê-la novamente. Então entre pequenas corridas e muitas caminhadas em torno da represa, completei meus 23k em 02:37:14, sem força para descer uma escada, mas muito feliz por ter completado a prova e por não ter desistido.
Se eu pudesse dar uma dica para os corredores seria que é extremamente necessário se preparar muito para a trail. O visual paga o esforço, mas fora do asfalto você é muito mais cobrado e precisa estar com tudo em dia para que seja uma experiência realmente incrível.
Relato por Rodrigo Bueno, corredor de asfalto que se aventurou pelas montanhas pela primeira vez.
Saiba como você pode melhorar (ainda mais) o seu tempo na meia-maratona
A cidade de São Paulo será palco no dia 10 de julho da Eco Run,…
A Eco Run chegou a Salvador no último domingo, dia 3 de julho, com a…
A Up Night Run é mais do que uma corrida, é a proposta de uma…