Imagine percorrer 160 km, a 800 metros de altitude, em meio a linda paisagem da Villa Angustura, na Patagônia Norte da Argentina. Esse é apenas um dos trajetos da La Misión Race, corrida de montanha que rolou entre os dias 14 e 17 de fevereiro.
A prova, com percursos de 80 km e 40 km, chegou a sua décima edição. E o grande vencedor da maior distância foi o equatoriano Cevallos Fuenzalida Gustavo, que finalizou o percurso no meio da tarde de domingo (15 de fevereiro). Entre os corredores dos 80 km, ainda teve brasileira no pódio, já que Maria Clara Paladino chegou na terceira posição com o tempo de 29h20min.
O trajeto percorrido é bastante puxado, visto que os corredores passam por muitos obstáculos, encararam montanhas, pedras, penhascos e muita areia. Não é por acaso que a prova atrai pessoas do mundo todo. Mas o que conta aqui não é o tempo. O bacana da competição é o espírito de aventura vivido durante os quatro dias e as três noites, quando os participantes andam por paisagens espetaculares da Cordilheira dos Andes.
Para terminar o trajeto é preciso administrar as forças, escolhendo lugares para descansar e apreciar a paisagem. Por isso, aliás, que o lema da prova é “La Misión, chegar é ganhar”. O percurso passa pelo cume de cinco montanhas, atravessa sete vales, diversos córregos, lagos e a corrida não é suspensa devido ao mau tempo. É preciso enfrentar de tudo. Mas não é preciso pressa. Caso seja a sua opção, você pode completar a corrida apenas caminhando, tomando os quatro dias e as três noites para chegar à sua meta.
Brasileiro de raça
Camilo Alves também participou da La Misión. Mesmo estando acostumado com as corridas, visto que é professor da assessoria esportiva Run&Fun, o atleta achou a prova bastante dura, representando o sentimento de boa parte dos corredores que participaram da aventura. Veja o depoimento que ele deu ao Ativo.com.
“Foram 80 km (na verdade quase 86 km) de corrida. Quase 30h correndo em uma prova muito dura, com subidas intermináveis, terrenos muito instáveis e grande dificuldade. Passei fome em alguns momentos, em outros sede, mas, sobretudo, senti muito cansaço. Foi com certeza prova mais difícil que já fiz. Contudo foi a mais bonita também, com paisagens inesquecíveis. Dei risadas, conversei e até cantei, enfim troquei experiências e aprendi muito. Realmente, apesar de muito preparado, creio que o psicológico fez toda a diferença. Aprender a lidar com todas as adversidades foi fundamental. No final das contas fiquei entre os 15 primeiros na classificação geral e em primeiro lugar na minha categoria. Bom para minha primeira prova nesse estilo.”
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