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Você sabia que, quanto mais longa a prova, menor pode ser a diferença de desempenho esportivo entre homens e mulheres?
Uma revisão interessante foi publicada recentemente reacendendo a discussão acerca da possibilidade de as mulheres virem a superar os homens em eventos de ultra resistência. Há estudos que relatam que, em uma maratona, os homens superam as mulheres em torno de 10% a menos acerca do tempo final de uma prova. Já nas ultramaratonas essa diferença cai para (em torno de) 4%.
Sugere-se que, quanto mais longa a prova, menor tende a ser essa diferença.
Existem muitos fatores que contribuem para o desempenho em eventos de resistência e ultra resistência como, por exemplo, fisiológicos, psicológicos, nutricionais, de treinamento, entre outros.
No entanto, as características fisiológicas aqui citadas fornecem possíveis explicações para o fato de a diferença de desempenho entre os sexos ser menor em eventos de ultra resistência e, embora pareça improvável que as mulheres um dia ultrapassem os homens, essas diferenças são notáveis e merecem mais pesquisas.
Vou destacar, aqui, algumas vantagens fisiológicas dos homens em relação às mulheres:
Estes são fatores importantes para explicar o desempenho do exercício de resistência, pois determinam a intensidade do exercício que pode ser mantido de forma aeróbia. Os homens apresentam valores de V̇O2max mais elevados do que as mulheres, o que é parcialmente explicável pelos níveis mais elevados de hemoglobina e hematócrito, permitindo maior capacidade de transporte de oxigênio no sangue.
Os homens tendem a ter níveis mais baixos de gordura corporal e maior massa muscular do que as mulheres, o que significa que uma quantidade menor de tecido não metabolicamente ativo precisa ser transportada, melhorando a relação peso X potência.
Testosterona (o hormônio sexual masculino) leva a níveis mais altos de hemoglobina, melhor recuperação e maior massa muscular e é 15 a 20 vezes maior em homens do que em mulheres após a puberdade.
Mas, mesmo havendo as diferenças acima citadas, entre homens e mulheres, por que há diferenças menores de desempenho entre os sexos em esportes de ultra resistência? Vejamos algumas delas!!!
As mulheres parecem ter reduzido a fadigabilidade muscular após o exercício de ultra resistência, o que culmina em seus músculos serem mais capazes de produzir força durante e após esse exercício.
As mulheres têm mais fibras musculares do Tipo I (‘contração lenta’ ou oxidativas) do que os homens sendo mais resistentes à fadiga.
Os homens têm mais fibras tipo II (‘contração rápida’ ou glicolíticas) o que explica o motivo pelo qual são muito melhores em esportes que exigem alta potência (essas fibras podem restringir o fluxo sanguíneo durante o exercício reduzindo a entrega de oxigênio em exercícios prolongados.
Utilização de substrato é diferente entre HxM. A gordura e o carboidrato são as principais fontes de energia em exercícios de resistência e ultra resistência, que contribuem de forma semelhante para os requisitos de energia. Como os estoques de glicogênio são limitados, pode haver um benefício em exercícios de resistência e ultra resistência para oxidar mais gordura (sugerindo que as mulheres oxidam mais gordura do que os homens nesse tipo de atividades), levando à economia de glicogênio.
Apesar de alguns estudos não apresentarem diferenças, a maioria dos estudos sugerem que as mulheres são melhores do que os homens em metabolizar a gordura e, portanto, podem sustentar os exercícios por mais tempo (para exercícios de resistência muito prolongados em que a gordura é o principal combustível, como nos exercícios de resistência e ultra resistência).
Referências: Tiller, NB, Elliott-Sale, KJ, Knechtle, B. et al. As diferenças sexuais na fisiologia conferem uma vantagem feminina no esporte de ultra-resistência?. Sports Med 51 , 895–915 (2021). https://doi.org/10.1007/s40279-020-01417-2
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