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Criado no Condado de Nandi, 2.400 m acima do nível do mar, Eliud Kipchoge forjou seu talento nas estradas de terra que cruzam o país.
É para lá que muitos vão para “desvendar” o segredo da performance queniana.
Ouro olímpico nas Olimpíadas Rio-2016 e recentemente premiado no Laureus Awards como o protagonista do maior feito esportivo do ano — o recorde mundial dos 42 km conquistados na Maratona de Berlim no ano passado –, Kipchoge segue uma disciplina espartana e insiste que limites não existem.
Na cidade de Kaptagat, os corredores da equipe NN Running Team, da qual Kipchoge faz parte, acordam pouco depois das seis da manhã para treinar.
De segunda a sábado, correm 20 km pelas estradas que cercam o campo de treinamento.
De acordo com a reportagem do El País, os membros do NN Running Team possuem uma rotina intensa de treinamento.
Claro, nem tudo é só trabalho duro: eles também se dividem em momentos de lazer, descanso e tarefas domésticas.
“Isso me ajuda a ser um dos membros do grupo. E eu acho que também é bom para os jovens atletas verem que esse estilo de vida ajuda o sucesso”, afirma o tímido astro do atletismo, que mora no local de segunda a sábado.
Vivendo com o que é “estritamente necessário”, há quartos e banheiros separados para homens e mulheres, uma sala para massagens, outra com televisão e biblioteca, e uma cozinha simples.
“O centro tornou-se um exemplo desse tipo de treinamento e vida”, explica Patrick Sang, o treinador da equipe, que conhece Kipchoge há quase 20 anos.
A vida bucólica e simples também diz respeito à alimentação: vacas na área adjacente oferecem leite fresco.
“Ele não teve uma infância fácil e é por isso que vive de forma simples, sem ostentação e sempre ajudando os outros”, afirma Marc Roig, fisioterapeuta e supervisor da equipe.
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