Para um treino adequado e para evitar lesões e sobrecargas é preciso movimentar todos os músculos na corrida de maneira equilibrada. Ao contrário do que muitos podem imaginar, porém, durante a prática do esporte, não são apenas os músculos dos membros inferiores que são exigidos. Todo o corpo se movimenta em sincronismo – e cada um tem função importante.

A musculatura que compõe a região dos pés tem como função principal estabilizar a articulação do tornozelo, além de ser fundamental na absorção do impacto. Já os músculos das coxas e quadril servem para estabilizar os joelhos, impedindo sobrecarga. Na parte anterior da coxa, o músculo quadríceps age na desaceleração do movimento de corrida e ainda protege a articulação da patela (osso que se articula ao fêmur) do impacto.

Já os músculos dos membros superiores são importantes não na questão de absorção de impactos, mas sim para a biomecânica da corrida, além de auxiliar na distribuição de força para a melhora de velocidade. Quando fracos e pouco resistentes, o atleta pode gastar mais energia do que o normal para desempenhar a atividade física.

Fugindo das lesões
Uma musculatura mal preparada para trabalhar durante a corrida pode levar o corredor a sofrer com dois tipos de lesões: as agudas (lesões musculares e entorses) que atingem, por exemplo, as articulações, e as crônicas, como tendinites e canelite.

Para evitar essas lesões, é importante que o atleta adicione em sua rotina semanal treinos de reforço muscular na academia. Esse treino deve focar tanto no fortalecimento dos músculos superiores como dos inferiores, além do CORE – grupo de músculos que sustenta a coluna, como abdominais, da lombar e dos glúteos.

Ainda na academia, é possível trabalhar a musculatura de maneira diferente, com treinos sensoriomotores (ou de propriocepção), que focam no equilíbrio corporal e são ótimos para proteger as articulações dos membros inferiores.

(Fonte: Dr Daniel Carvalho, Ortopedista especialista em cirurgia de joelho e lesões esportivas)