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Não é só com você, pode ficar tranquilo. Segundo pesquisas, cerca de 75% dos corredores sentem ou já sentiram a dor de lado, aquela fisgada lateral, que às vezes é tão forte a ponto de precisar interromper o treino.
Conhecida por ETAP (Exercise-Related Transient Abdominal Pain), ainda não existe um consenso científico sobre as razões de seu surgimento. Normalmente, a dor de lado vem para os corredores mais jovens, e muitos acreditam que não sabem correr ou que precisam reaprender a respirar na corrida.
No entanto, parece que a dor de lado não tem a ver apenas com a respiração.
Muita gente acha que a fisgada lateral acontece por causa de algo que comeu, o que pode fazer sentido. “Comer demais antes de correr pode aumentar o risco da dor de lado. Simplesmente porque você está fazendo digestão enquanto corre, ou seja, seu sistema digestivo está trabalhando e isso sobrecarrega a circulação sanguínea, interferindo no transporte de oxigênio para os músculos”, explica o treinador Leandro Pessoa, da LPO Assessoria Esportiva (SP).
Quando a dor de lado vier, respirar profundamente pode ajudar a aliviá-la. Não realizar a respiração diafragmática enquanto corre (veja aqui), independentemente de respirar só pelo nariz ou nariz e boca, pode aumentar as chances de sentir essa fisgada. Para ativar a respiração diafragmática, inspire expandindo o abdômen e sinta a musculatura entre peito e abdômen se movimentando simultaneamente. Assim é possível aproveitar mais da extensão pulmonar e, portanto, receber mais oxigênio. Ao exalar, esvazie pulmões e abdômen.
Quando não estamos muito bem-condicionados, a dor de lado pode surgir porque os músculos precisam de mais oxigênio para gerar energia. Então, o oxigênio que você consegue puxar pra dentro, entra e vai todo para a musculatura, o que deixa os órgãos vitais sem energia para exercer suas funções. Nosso primeiro mecanismo de segurança é o baço, que dói para que você interrompa a atividade e o sangue volte a circular corretamente e o oxigênio seja destinado de forma equilibrada ao corpo.
A comunidade científica começou a investigar mais profundamente a dor de lado há pouco tempo, cerca de 15 anos. Alguns estudos já relacionaram a fisgada lateral a problemas posturais ou de core fraco.
Investigações recentes determinaram que a dor acontece mais em atividades com movimentos repetitivos do tronco, especialmente quando se está de pé e ereto ou pouco inclinado para a frente, como é o caso da corrida.
Atualmente, a irritação de uma membrana que reveste a cavidade abdominal parece explicar melhor a dor (peritônio), mas são necessários mais estudos para entender as razões para ela aparecer, e desenvolver estratégias para o controle do incômodo relacionado ao exercício.
Em outro estudo, 77% dos indivíduos ativos com menos de 20 anos experimentaram a dor em comparação com apenas 40% dos indivíduos com idade acima de 40 anos. Tanto a prevalência como a gravidade da ETAP aparentaram reduzir significativamente com o aumento da idade. Mas, a dor de lado não teve relação com o tempo para completar uma corrida, parecendo não ter a ver com a intensidade do exercício.
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