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A torção no pé pode estar entre as lesões mais comuns dos corredores. Um segundo de desatenção ou um terreno desnivelado são o suficiente para que o atleta pise em falso, colocando todo seu peso sobre as articulações . Embora muitas vezes trate-se apenas de um susto, a contusão pode até lesar os ligamentos da região e causar um afastamento por período prolongado dos treinos e provas.
Existem três tipos de torção do pé, que são classificados pelo movimento feito pelo corpo na hora da lesão.
A entorse em inversão é a mais comum de ocorrer e acontece quando o pé vira para fora causando dores do lado externo do pé. O ligamento mais afetado nesta região é o talofibular anterior, localizado entre as bordas da tíbia e da fíbula.
A entorse em eversão acontece quando o pé vira para dentro causando dores do lado interno do pé. Esse tipo, pode levar levar também a uma lesão mais grave em tendões e ligamentos.
A entorse em rotação ocorre quando o tornozelo vira para fora ou para dentro com maior amplitude, afetando os movimentos de adução e abdução desta região.
Como é difícil avaliar o grau da lesão imediatamente quando ela ocorre, médicos indicam que a atividade física seja paralisada assim que o atleta torcer o pé e o tratamento com compressa de gelo comece assim que possível. As compressas devem prosseguir por três a cinco dias, com intervalo de duas horas entre cada uma, para ajudar a diminuir o inchaço e a sensação de dor.
Depois das primeiras aplicações de gelo, é possível alternar entre a compressa e a de água quente. Se a sensação de desconforto continuar, procure um ortopedista que poderá fazer uma avaliação da gravidade da contusão.
A entorse de grau 1 é a mais leve. Afeta apenas um ligamento do tornozelo e causa dor leve, que passa no mesmo dia da torção do pé, ou no seguinte. Os médicos recomendam que a região fique protegida e imóvel por até dois dias para se recuperar do trauma, mas o período para retomar os treinos é maior e pode chegar a duas semanas.
Este tipo de torção no pé é mais grave e requer um tratamento mais longo e cauteloso. De acordo com o ortopedista Thiago Righetto, após os cuidados iniciais, é fundamental nestes casos que a pessoa siga o protocolo P.O.L.I.C.E., sigla em inglês para Proteção (Protection), Carga Controlada (Optimal Load), Gelo (Ice), Compressão (Compressa) e Elevação (Elevation).
Após a lesão, use um par de muletas para se locomover. Assim, evita-se apoiar o pé no chão e forçar ainda mais os ligamentos lesionados.
Ainda durante a fase de proteção, o atleta pode movimentar levemente a região contundida. A evolução da amplitude de movimento e força aplicada deve ser gradual.
A aplicação de gelo na entorse ajuda a diminuir a dor, reduzir o inchaço e evitar a formação de hematomas.
Imobilizar a região afetada ajuda a diminuir o inchaço, melhora a evolução do processo inflamatório e protege os ligamentos machucados, acelerando o processo de cicatrização.
Manter o pé elevado ajuda a melhorar o retorno venoso do tornozelo machucado e a diminuir o inchaço que está se formando.
“Este protocolo é o passo mais importante para quando você identificar que torceu o pé ou o tornozelo, mas lembre-se que para cada tipo de entorse o cuidado passa a ser diferente”, afirma o ortopedista Thiago Righetto.
Mesmo com todos estes cuidados, a recuperação da entorses de grau 2 exige até duas semanas de repouso e sessões de fisioterapia. O retorno aos treinos deve ocorrer só seis semanas após a lesão.
Entorse de grau 3
A entorse de grau 3 é a mais séria e ocorre quando três ou mais ligamentos são contundidos. Essa lesão causa dores intensas, edemas e hematomas e impede o atleta de colocar o pé no chão por causa da dor. O tratamento é ainda mais rigoroso e conta com imobilização por tala ou bota por aproximadamente dez dias, além de todo o protocolo P.O.L.I.C.E.
Em casos mais extremos, é ainda preciso passar por uma cirurgia para reconstituir os ligamentos lesionados.
A volta à corrida deve ser gradual e só começa depois de 12 semanas de tratamento.
Todo corredor está sujeito a torcer o pé, mas existem alguns fatores que aumentam o risco da lesão, como o uso de tênis inadequados ou instáveis, desequilíbrio e fraqueza muscular, propriocepção ruim, sedentarismo e obesidade.
A melhor maneira de se prevenir contra torções e entorses é minimizar os fatores de risco.
Fontes
Dr. Thiago Righetto – ortopedista e médico do esporte – CRM 125.722
Dr. Leandro Gregorut Lima – médio ortopedista especialista em joelho, ombro e cotovelo da Clínica Movité e no Sírio-Libanês – CRM 104.351
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