Um corredor de elite não costuma disputar mais do que cinco maratonas em um ano. O tempo de descanso recomendado após a disputa dos 42 km vai de duas a três semanas. O inglês Gareth Hughes, de 47 anos, contrariou as recomendações e correu 31 maratonas em 31 dias para arrecadar 4.400 libras esterlinas (cerca de R$ 19.300) para caridade. E fez tudo isso sem parar de trabalhar, conciliando seu desafio na corrida com as obrigações na Aneurin Bevan University Health Board, onde trabalha como diretor de propriedades e instalações.
Hughes, que vive em Chester, na fronteira entre a Inglaterra e o País de Gales, esteve envolvido no Challenge 31, desafio realizado entre 27 de setembro e 27 de outubro. A ideia, no entanto, vinha de um drama familiar e rondava sua cabeça há muito tempo. Pai de dois meninos autistas, James e William, ele decidiu arrecadar fundos para três instituições que auxiliam crianças com necessidades especiais.
Ele correu os 42 km das 3h às 8h da manhã todos os dias – incluindo a Maratona de Chester, disputada em 8 de outubro. Às 9h dos dias de semana, estava no trabalho. Para dar conta de uma rotina tão atribulada, dormia às 20h e saía da cama à 1h30 da manhã.
Percorrer 1.300 km em apenas um mês cobrou um preço alto para seu físico. Além da sensação de dever cumprido, ele levou consigo dores em praticamente todas as partes do corpo, amenizadas com sessões em banheiras de gelo.
As primeiras dores severas surgiram no quarto dia de desafio, no quadril e nas coxas. Pouco depois de uma semana correndo, uma bolha debaixo de uma unha do pé começou a incomodá-lo. No 19º dia, já com o corpo muito castigado, ele perdeu a unha – mas levou a situação com bom humor: “Até que não é ruim para 19 maratonas.”
Nem mesmo um funeral familiar o parou. No 28º dia, o abatimento pela perda de Sue, uma parente, o levou a correr em uma esteira durante 4h55min34s de “total tédio”, segundo suas próprias palavras.
Após alcançar seu objetivo, o perseverante corredor afirmou que sua experiência mostra que “tudo é possível”. Ele garante que todo o sacrifício valeu a pena.
“Definitivamente valeu a pena. Foi um desafio muito difícil, mas, ao mesmo tempo, muito divertido. Eu não havia percebido quão difícil seria encaixar tudo antes do trabalho”, disse. “O dinheiro que arrecadamos foi a cereja do bolo. Isso faz uma grande diferença para as crianças. Ajuda instituições de caridade a tornar a vida de uma criança mais divertida e interessante.”
Clique aqui para colaborar com o Challenge31, o desafio elaborado por Hughes.
Saiba como você pode melhorar (ainda mais) o seu tempo na meia-maratona
A cidade de São Paulo será palco no dia 10 de julho da Eco Run,…
A Eco Run chegou a Salvador no último domingo, dia 3 de julho, com a…
A Up Night Run é mais do que uma corrida, é a proposta de uma…