Don Wright, morador de Stillwater, em Minnesota, nos Estados Unidos, tinha mais de 60 anos quando recebeu a notícia que tinha câncer de medula. Duas semanas depois de correr a primeira maratona de sua vida, veio o diagnóstico de uma doença sem cura, mas cujos sintomas poderiam ser amenizados por meio de tratamentos. Ainda assim, sua expectativa inicial, em 2003, não era das mais otimistas. “Eu deveria morrer alguns anos depois do diagnóstico”, disse.
Graças a tratamentos inovadores – ou “milagrosos”, como gosta de dizer –, Wright sobreviveu. Quando soube que teria que iniciar sua jornada contra o câncer, tomou a decisão de não abandonar a corrida de rua e recebeu o apoio dos médicos. Os resultados não poderiam ser melhores – tanto no esporte quanto na luta pela vida.
Wright já correu 100 maratonas – 99 delas após a descoberta da doença. Ele usa a corrida de rua como ferramenta de divulgação para o tratamento que o salvou. Nas corridas, atua como uma espécie de embaixador de um site chamado Patient Power, que informa os pacientes sobre tratamentos inovadores.
“Na época em que fui diagnosticado, não havia esperança de que eu fosse capaz de fazer algo assim”, revelou. “Esse tratamento tornou possível que pessoas como eu vivessem uma vida absolutamente normal. É por isso que sou um ávido porta-voz desse tratamento e das novas medicações.”
O câncer não tirou de Wright a possibilidade de marcar bons tempos nas provas que correu. Vista por corredores do mundo inteiro como uma das provas mais desejadas, a Maratona de Boston é um sonho inalcançável para alguns. Para disputá-la, o participante deve atingir determinado índice de acordo com sua idade. Lá esteve ele, acompanhado pela esposa e pela filha, dupla que lhe deu uma “quantidade infinita de apoio” desde 2003.
Ele não parou por aí. Depois de Boston, traçou um novo objetivo: marcar presença em uma maratona em cada um dos 50 estados de seu país. Ele percorre todos os cantos dos Estados Unidos correndo e divulgando sua mensagem de combate ao câncer. “Correr maratonas me ajudou a abraçar a doença, ao invés de me deprimir com isso”, resumiu.
Além da paixão pela corrida, Wright se vê motivado para espalhar mensagens que afetam positivamente pacientes em situações semelhantes à sua. Ele faz palestras para grupos e, muitas vezes, escuta que sua história serviu como inspiração para que outras pessoas passem a correr maratonas.
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