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A ultramaratonista Carla Goulart fez história de baixo de muita neve. A mineira tornou-se a primeira sul-americana a terminar e, de quebra, vencer, a Arrowhead 135 entre os dias 25 e 27 de janeiro. A ultramaratona de 217 km, considerada uma das mais difícieis do mundo, cruza parte do estado de Minnesota, nos EUA, com temperaturas na casa dos 30ºC negativos. Para se ter uma ideia do tamanho do feito de Carla, apenas 29 pessoas cruzaram a linha de chegada da edição 2016 (as outras 29 inscritas, do total de 58, desistiram pelo caminho). Carla foi a 11ª colocada geral, com o tempo de 52h51min. A vitória, no masculino, foi compartilhada pelos americanos Jim Reed e Scott Horberg, que chegaram com 37h20min.
A assistente social de 39 anos conversou com exclusividade com o O2porminuto e, após algumas horas de descanso, disse que já está pronta para o próximo desafio. Para Carla Goulart, que viajou aos EUA no fim de dezembro, para iniciar a aclimatação, a temperatura extrema não foi o pior dos obstáculos, já que está na casa dos 3 graus negativos. “A temperatura estava agradável, e a trilha, perfeita, com pouca neve”. Carla conta também que fez muitos treinos na areia da praia, para simular a textura fofa da superfície que enfrentou.
A grande dificuldade, segundo ela, é equilibrar a corrida com a quantidade de equipamentos que precisam ser puxadas em um trenó, que chega a pesar 20 kg, e que contém alimentos, barraca, aquecedor, suplementos, máscara, binóculo, bússola, GPS, isolantes térmicos e sinalizadores. “A grande diferença, e que virou triunfo para mim, é que um amigo meu, aqui dos EUA, me ajudou a equipamentos bons e leves”.
Carla, que está só com algumas dores nas costas, ainda terá duas maratonas em Minnesota, antes de retornar ao Brasil, em abril. “Treinei com força máxima para a Arrow, e estou habituada com a neve. Foquei em manter a calma e a serenidade nos momentos em que as coisas não estivessem favoráveis e seguir em frente ”, conta Carla, que é bicampeã e também única mulher a enfrentar a Jungle Marathon, ultramaratona de 200 km dentro da Floresta Amazônica.
Além de Carla, o outro brasileiro a completar a prova foi o paulista Joilson Ferreira, que chegou em 20º lugar, com o tempo de 56h37min. Jabá, como é conhecido, completou com a Arrowhead 135 o circuito da Copa do Mundo de Ambientes Extremos, que incluem a Badwater e a Brasil 135.
Márcio Villar é resgatado após passar mal
Além de Carla, o Brasil teve outro representante: o carioca Márcio Villar. Villar, que também é fascinado por provas de fôlego e marcas expressivas, não conseguiu completar a Arrowhead e seu desafio pessoal, que é o de dobrar a quilometragem da ultramaratona (434 km). Em sua 3ª participação na prova congelante de Minnesota, Márcio passou mal após consumir uma sopa, no 2º dia da Arrow. O atleta teve um quadro de hipotermia, e precisou ser resgatado pela organização no acampamento. Márcio Villar passa bem e já se prepara para correr 100 km durante o Desafio Rei e Rainha do Mar, em março, no Rio de Janeiro. E mesmo após o perrengue na neve, o carioca quer voltar em 2017, com o objetivo de fechar e dobrar a última etapa da Copa do Mundo em Ambientes Extremos que ele ainda não tem na coleção. As outras provas, já completadas, são a Brasil 135, na Serra da Mantiqueira e a Badwater, no deserto da Califórnia.
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