No início do último mês de agosto, às vésperas da aposentadoria da maior lenda da história do atletismo, o jornal britânico The Mirror questionou: “Christian Coleman é o homem que irá suceder Bolt como o atleta mais veloz do planeta?”.
Coleman, um jovem de notável explosão muscular nascido em Atlanta há 21 anos, passou a ser, desde então, a principal esperança do atletismo americano para os próximos anos. A expectativa sobre ele aumentou no dia 20 de janeiro, quando a promessa formada na Universidade do Tennessee correu 60 metros rasos indoor em 6s37, 0s02 mais rápido do que o recorde mundial da distância. A marca estabelecida em Clemsom ainda precisa ser homologada para que o recorde registrado por Maurice Green em 1998 seja quebrado.
Diferentemente de Bolt, de 1,96m, passadas largas e largadas lentas nas competições, Coleman tem estatura média (1,75m) e larga com rapidez. Questionado sobre o feito do americano, Bolt não se disse surpreso. “Não me surpreende. Coleman é um dos velocistas jovens mais rápidos dos 60 metros. Não estou impressionado por sua marca”.
Em seguida, o jamaicano mostrou ceticismo em relação ao desempenho de Coleman nos 100 metros rasos. “Temos que ver como ele corre os últimos 40 metros, que é onde ele costuma falhar. Já sabíamos que ele é muito rápido nos metros iniciais. Me lembro de ouvir seu treinador dizer depois do Mundial de Londres que ele deveria se concentrar nos últimos 40 metros.”
Lauter Nogueira, comentarista de atletismo do Sportv ouvido pelo Ativo, não embarca na empolgação da imprensa americana e britânica com Coleman e afirma que o garoto dificilmente superará Bolt nos próximos anos.
“A mídia americana sabe fazer isso muito bem. O ufanismo americano acaba injetando esse processo todo. O Coleman é um excelente atleta, com um tempo de reação muito bom e muita velocidade nas quatro, cinco primeiras passadas. Ele é bom justamente no ponto fraco do Bolt. Mas o Bolt ainda é e vai ser por muito tempo o mais rápido nos 100 e nos 200 metros. Existe uma diferença absurda entre o corredor de 60 e 100 metros”, analisou Lauter, acrescentando que o jovem “pode ser uma primeira perna muito boa para o revezamento 4 x 100m dos Estados Unidos”.
Medalhista de prata no Mundial de Londres nos 100 metros – marcou 9s92 e terminou pouco atrás de Justin Gatlin –, Coleman foi o dono da melhor marca da distância em 2017 (9s82). Embora ainda esteja longe dos 9s58 de Bolt no Mundial de Berlim, em 2009, o americano dá de ombros para os que duvidam de seu potencial e mira o posto de homem mais rápido do mundo.
“Eu sempre soube que o céu é o limite e do potencial que eu tenho”, declarou à Reuters.
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