A primeira maratona do calendário de Majors 2019, a Maratona de Tóquio, aconteceu numa manhã fria e chuvosa e foi apontada como a prova com as piores condições climáticas desde sua inauguração, no ano de 2007. Apesar do clima, foi registrada uma média de 38 mil corredores na competição, o maior número de participantes da história do evento.
O grande vencedor na Maratona de Tóquio foi o etíope Birhanu Legese, que fechou o percurso em 2h04min48s. O segundo lugar ficou com o queniano Bedan Karoki, que fez o tempo de 2h06min48s. O campeão do ano passado, Dickson Chumba, do Quênia, terminou com a medalha de bronze, com a marca de 2h08min44s.
Na disputa feminina, o ouro ficou com a etíope Ruti Aga, que correu os 42km em 2h20min40s. Helen Tola e Shure Demise ocuparam o segundo e terceiro lugar, respectivamente.
Embora o clima não tenha sido considerado favorável para a quebra de recordes, o grupo de elite masculino estabeleceu um ritmo bastante veloz até a metade da maratona. O grupo principal era formado por oito corredores, incluindo Legese, Karoki, Osako, Yuki Sato e Shogo Nakamura, que mantiveram um ritmo de menos de 3 minutos por quilômetro até o meio do percurso.
Depois disso, Osaka e Nakamura começaram a ficar para trás. Perto do quilometro 22, Sato não conseguiu mais acompanhar e depois dos 25km, a corrida pelo título ficou praticamente entre Legese e Karoki. Legese aumentou o ritmo após o quilometro 30 e continuou ampliando a distância entre Karoki.
Aos 24 anos, Tóquio foi a terceira grande maratona da vida de Legese, mas o corredor já é visto como um nome forte para a quebra de recordes. Sua primeira participação foi na Maratona de Dubai, onde fez o tempo de 2h04min15s e conquistou a sexta colocação. Em Chicago, fez 2h08min41s.
Em Tóquio, além da vitória, Legese fez a segunda melhor marca de toda a história da competição. O melhor tempo pertence a Wilson Kipsang, com 2h03min58s, estabelecido em 2017.
O veterano Kensuke Horio surpreendeu o país ao ser o melhor japonês com o tempo de 2h10min21s, o que lhe rendeu o quinto lugar. Já Suguru Osako, que bateu o recorde nacional na maratona de Chicago, em 2018, abandonou a prova por volta do quilômetro 29.
“Comecei a sentir frio antes do começo. Eu eventualmente não pude mover meu corpo e isso me forçou a desistir da corrida”, disse Osako em um comunicado.
Para Paulo Lacerda Tóquio foi a sua maratona de número 58 e, apesar da experiência nas longas distâncias, o brasileiro conta que a chuva e a baixa temperatura foram fatores que trouxeram bastante dificuldade para a turma que buscava tempo.
“Essa foi a maratona mais sofrida para mim. Corri bem até os 15 km, com o tempo de 1h03min. Passei os 21km com 1h30min,mas depois dos 25km o bicho pegou: frio congelante, senti o glúteo e a virilha e precisei diminuir o ritmo. Segui num ritmo mais lento até os 35km, dos 35km até os 40km alternei caminhada e corrida. Fechei em 3hs36min”, relata Paulo.
Descontraído, o corredor diz que só não desistiu porque o Japão é muito distante do Brasil. “Aqui é muito longe e acho que não vai dar para voltar tão cedo”, conta aos risos.
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