Enxaqueca: corrida ajuda no tratamento

Atualizado em 20 de dezembro de 2017

Quem já sofreu (ou sofre) com enxaqueca sabe quão ruins e fortes são as dores de cabeça quando a crise se manifesta. Basta o incômodo dar sinal de vida para que você não consiga ouvir nenhum barulho ou não possa sequer ficar exposto a luzes, além de nem poder pensar nos treinos de corrida, já que o impacto das passadas faz com que as dores aumentem ainda mais.

A boa notícia, no entanto, é que pesquisa realizada no Ambulatório de Investigação e Tratamento da Dor de Cabeça (DITH) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) concluiu que exercícios aeróbicos (como a corrida) são eficazes no tratamento preventivo da enxaqueca crônica, quadro de pessoas que apresentam 15 dias ou mais por mês de dores de cabeça. Assim, a descoberta resulta na redução da intensidade e da frequência das crises, o que é um alívio para quem tem enxaqueca constantemente.

O estudo, de autoria da fisioterapeuta Michelle Dias Santos Santiago, analisou 60 pacientes de ambos os sexos com idade entre 18 e 50 anos, no período de junho de 2010 a julho de 2012. Eles foram divididos em dois grupos de 30 pessoas, sendo que o primeiro se dedicou a exercícios aeróbicos (como corrida ou caminhada ao ar livre) por 40 minutos, três vezes por semana durante três meses, aliando a prática à medicação preventiva. Já o segundo grupo usou somente a medicação pelo mesmo período.

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Os pacientes que realizaram exercícios receberam como instrumentos de acompanhamento um diário de dor de cabeça, folheto explicativo sobre os exercícios de aquecimento, planilha com o tempo de prática do exercício, escala para classificação da percepção subjetiva do esforço e a medição da frequência cardíaca no início e ao final do exercício. Já os que se submeteram ao estudo apenas com medicação receberam somente o diário da dor. Ambos os grupos foram avaliados, semanalmente.

Os resultados mostram que o grupo de pacientes que usou a combinação de terapia de drogas preventivas associada a exercícios aeróbicos apresentou melhora significativa em todos os parâmetros da cefaleia. A média de dias de dor no mês passou de 23 para cinco dias. Já os que receberam somente o remédio melhoraram em torno de 50%, de 25 para 13 dias de dor.