Por Ricardo Bassani
Os efeitos da poluição do ar para a saúde vão desde sintomas respiratórios (tosse, catarro e falta de ar), função pulmonar reduzida e hipersecreção de muco, até doenças pulmonares obstrutivas crônicas, como bronquite, enfisema e asma. A redução da expectativa de vida também entra na lista e, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2012, 7 milhões de mortes no mundo tiveram influência dos gases que poluem o ar, como monóxido de carbono e dióxido de enxofre.
Exercícios regulares e aeróbicos, como a corrida de rua ao ar livre, mesmo podendo expor seus praticantes a absorver mais poluentes num primeiro momento, são capazes de auxiliar na redução dos danos. Isso porque influenciam a melhora da qualidade de vida, a recuperação vascular, ortopédica, mental e até o potencial anti-inflamatório do organismo. Resumindo: os benefícios proporcionados pela corrida de rua podem fazer com que uma menor quantidade de poluentes se “fixe”, comparado com motoristas, passageiros e pedestres expostos aos mesmos poluentes. Pesquisas com animais corroboram essa afirmação, mostrando que os ativos expostos à poluição (do ar e tabágica) apresentam evidências de redução dos danos quando comparados aos inativos. Ou seja, o pior é ser sedentário em um mundo poluído.
Pulmões
No processo de transferência de oxigênio do ar para o sangue, alguns poluentes acabam sendo fixados aos glóbulos vermelhos. Em lugares com alto grau de poluição, esse processo se intensifica. Nesse caso, o benefício da corrida para minimizar os problemas é que sua prática constante é capaz de condicionar todo o sistema respiratório, aumentando sua e¬ ciência aeróbica, inclusive regenerativa. Isso acaba impedindo que os poluentes causem maiores problemas no sistema respiratório.
Nariz
O contato com o ar poluído começa nas narinas, onde há uma filtragem por meio dos pelos e muco. A corrida estimula a produção de muco nas narinas, e isso é bom, pois favorece a eliminação de poluentes e germes, mantendo mais e¬ ciente o processo de filtragem do ar no nariz.
Vias respiratórias
As vias aéreas superiores (cavidade nasal, faringe e laringe) e inferiores (traqueia, brônquios e pulmões) são cobertas por tecidos sensíveis ao estresse oxidativo — formação de radicais livres provocados pela poluição. Quem corre libera hormônios com potencial analgésico e anti-inflamatório que colaboram para a regeneração dessas regiões, constantemente bombardeadas pela poluição.
Ossos
Os ossos também sofrem com o ar poluído, enfraquecendo-se, já que uma má qualidade do sangue decorrente da poluição chega à medula óssea. Mas quem corre leva, novamente, a melhor na luta contra a má qualidade do ar, já que se manter ativo auxilia na reposição das células sanguíneas, do cálcio e na manutenção da qualidade óssea.
Músculos
Em pessoas sedentárias expostas à poluição, os músculos ¬ ficam deficitários em oxigênio, atingidos em sua reserva natural de força. Bom lembrar que o coração é um músculo — e, portanto, também sofre com a má qualidade do ar. Mas não se desespere, a corrida te ajudará a criar músculos mais fortes, alongados, flexíveis e irrigados. Ou seja, que ficarão mais poderosos na luta contra os malefícios do ar poluído.
Sangue
Mais um benefício da corrida de rua na luta contra os malefícios da poluição: ela motiva a substituição de células sanguíneas e aperfeiçoa o mecanismo de troca de gases nas células. Na prática, isso quer dizer que as hemácias recebem uma boa ajuda no essencial processo de troca entre monóxido de carbono (CO2) e oxigênio (O2).
Como minimizar os danos:
– Prefira correr pela manhã, quando há menor concentração de poluentes no ar.
– Evite correr ao lado de tráfego intenso, principalmente à tarde.
– Preste atenção às respostas do seu corpo: ardência nos olhos, coceira e espirros no nariz, garganta seca e tosse — sinais claros de poluentes.
– Se não puder fugir dos horários de maior poluição, experimente trocar, em alguns dias, a rua por locais fechados.
– Apele para os antioxidantes, como vitaminas (E e C), para amenizar os possíveis efeitos da poluição no exercício.
(Fontes: Paulo Saldiva é médico patologista pela Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador do Departamento de Saúde Ambiental da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos)
(Matéria publicada na Revista O2 – edição #143 – abril de 2015)
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