A credibilidade do atletismo russo foi colocada em xeque com o escândalo de doping e a suspensão das Olimpíadas do Rio de Janeiro. Vladimir Putin, presidente da Rússia, nega que tenha controlado um sistema de dopagem institucionalizado e diz que o caso foi inventado pelos Estados Unidos. Ele reforçou que “nunca houve, não há e espero que nunca exista um sistema de doping patrocinado pelo Estado”.
O mandatário insinuou que os Estados Unidos buscam perturbar as eleições russas, agendadas para março, e pretendem atrapalhar a Rússia nos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pyeongchang, na Coreia do Sul, em fevereiro.
“Isso causa preocupação para mim. Os Jogos Olímpicos [de Inverno] vão começar em fevereiro enquanto nós teremos eleições em março. Há grandes suspeitas de que tudo isso está sendo feito para criar uma atmosfera para alguém que é fã de esportes e os atletas se sentirem descontentes com o fato do governo estar supostamente envolvido nisso e o culpe por isso”, disse Putin em discurso feito em Tcheliabinsk, na Sibéria.
Uma investigação promovida entre 2015 e 2016 constatou que o doping no atletismo russo partia de dirigentes e técnicos. Os atletas dificilmente tinham a opção de se opor às decisões tomadas por eles. Agentes da Rusada, a agência antidoping russa, eram os fornecedores das drogas. A Federação Russa de Atletismo (ARAF) assegurava que o esquema não viesse à tona pagando propina a um laboratório de Moscou chefiado por Grigory Rodchenkov, que denunciou que sofria ameaças no documentário “Ícaro”.
A Federação Internacional de Atletismo (IAAF), na época presidida pelo senegalês Lamine Diack, também recebeu dinheiro para que os russos não fossem flagrados em exames feitos em competições internacionais.
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