Dentre todas as formas, a mais identificada é a alopecia androgenética, que no homem se inicia na região frontal e, posteriormente, acomete o topo da cabeça (região da “coroa”). Já nas mulheres, a queda normalmente se inicia na linha média da cabeça e se expande lateralmente.
Inicialmente, começamos a observar cabelos demais no chão do banheiro, no pente, após nos pentearmos, e no travesseiro. Começamos a encontrar cabelos demais em qualquer lugar, menos aonde deveriam estar, e é aí que vem o desespero!
Podemos dividir a origem da alopecia em quatro grandes grupos:
Inflamatórias: por exemplo, a alopecia areata, que afeta 50% dos homens em algum momento da vida.
Genéticas: aquelas herdadas dos nossos antepassados, por exemplo a alopecia androgenética
Ambientais: associadas aos hábitos de higiene, hábitos alimentares, profissão e prática de esportes
Hormonais: associadas a doenças da tireoide e outras, que cursam com sensibilidade aumentada do folículo piloso a certos hormônios produzidos pelo nosso organismo
Ao contrário do que se pensava anteriormente, estes quatro fatores tendem a estar associados. A alopecia costuma ter um agente principal, combinado em maior ou menor grau com outro. Por exemplo, um paciente pode ter uma alopecia androgenética agravada pelo estresse, por praticar exercícios físicos exageradamente ou por métodos de higiene inapropriados. A partir daí, surgem infinitas combinações que poderão ser identificadas apenas por um profissional qualificado, que dedique tempo, paciência e escuta ao seu paciente.
Outro tipo de alopecia difusa é o eflúvio telógeno (ET), que apresenta-se com ciclos capilares anormais. Ou seja, o pelo que deveria estar em fase de crescimento (fase anágena) passa rapidamente para fase de queda (fase telógena). O que produz uma queda abrupta e abundante de cabelos (mais de 200 hastes ao dia) de dois a três meses após o estimulo desencadeante.
Provavelmente, o ET é a forma mais comum de perda capilar difusa entre homens e mulheres. observada pelos dermatologistas. O ET apresenta diversos fatores desencadeantes, como estresse, desequilíbrios endócrinos, deficiências nutricionais, medicamentos, etc. Em aproximadamente 30% dos pacientes, a causa não é identificada, mas a evolução do quadro é autolimitada.
Quando o assunto são as mulheres, observamos casos de alopécia por ET associada ao estresse, também ao uso exagerado de substâncias químicas para o cabelo, uso contínuo de medicamentos para doenças crônicas e prática exagerada de exercícios físicos. Além disso, alguns estudos mostram a relação entre a queda capilar com intoxicação por metais pesados como chumbo e o cádmio que são muito prevalentes na nossa população.
Segundo o dermatologista e tricologista Misael do Nascimento, “o primeiro passo no tratamento é descobrir a causa. Para isso, médico e paciente precisam resgatar na memória todos os eventos importantes ocorridos nos três meses que antecederam a queda capilar. Após a suspensão do agente causal, como em todo tratamento de alopecia, é preciso ter paciência para se obter um bom resultado terapêutico. A boa notícia é que, hoje em dia, esse tempo de espera pode ser reduzido com o auxílio dos tratamentos orais e tópicos estimulantes do crescimento capilar, que comprovadamente melhoram muitos casos de alopecia.
Vale ressaltar que alguns nutrientes são essenciais para o crescimento capilar e são bem descritos na literatura científica, como Ômega 3 & 6, Ferro, Vitamina B12 (cobalamina), Zinco, Biotina, Vitamina D e Vitamina E.
É importante lembrar que a identificação precoce da causa da alopécia é fundamental. Além disso, uma história clínica colhida pelo médico e uma avaliação laboratorial completa são importantes para exclusão de causas endócrinas, nutricionais e/ou autoimunológicas para a queda capilar. Essas medidas auxiliam o médico para que seja feito o tratamento específico o quanto antes, a fim de evitar as estratégias terapêuticas mais agressivas.
Bibliografia:
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GUILHERME RENKE
Médico pela Universidade Estácio de Sá, com pós-graduação em Cardiologia pelo Instituto Nacional de Cardiologia INCL RJ e Endocrinologia pela IPEMED. Membro da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, Membro do American College of Sports Medicine, Membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Membro do Departamento de Ergometria e Reabilitação da SBC.
Matéria publicada no site Eu Atleta
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