A norte-americana Mary Cain, ex-atleta do Projeto Oregon, da Nike, revelou, em entrevista ao New York Times, que sofria abusos físicos e emocionais do ex-técnico do projeto, Alberto Salazar. A atleta relatou que foi prejudicada por conta da pressão constante para perder peso e que desenvolveu osteoporose, além de ficar três anos sem menstruar.
A Nike diz que iniciará uma investigação imediata sobre as alegações de Mary Cain, ex-prodígio norte-americana. O anúncio veio depois que a atleta recebeu o apoio de vários ex-companheiros do Projeto Oregon, que também disseram que Salazar estava obcecado com seus pesos.
A corredora, que iniciou no Projeto Oregon aos 16 anos, contou que o treinador exigia que ela diminuísse seu peso e que não recebeu nenhum apoio quando começou a cair de rendimento e quebrou cinco ossos devido à osteoporose, além de relatar que tinha pensamentos suicidas.
“Entrei na Nike porque queria ser a melhor atleta feminina de todos os tempos. Em vez disso, fui abusada emocional e fisicamente por um sistema projetado por Alberto e endossado pela Nike”, contou a atleta.
Alberto Salazar negou as alegações de Mary Cain. No entanto, outros atletas do projeto se manifestaram sobre o caso e o projeto. Um deles foi a americana Amy Yoder Begley, que disputou as Olimpíadas de 2008 e disse ter sido “expulsa” do Projeto Oregon porque era “gorda demais”, depois de terminar em sexto lugar nos 10.000 m no campeonato nacional de 2011.
Kara Goucher, também ex-atleta do projeto, contou em suas redes sociais que sofreu julgamentos sobre seu corpo seis meses após ter tido um filho, mesmo tendo feito um ótimo tempo na Maratona de Boston de 2011 Já o canadense Cameron Levins, corredor dos 10.000m, publicou em suas redes sociais um pedido de desculpas a Mary Cain, em que lamenta não ter cuidado da atleta quando eles eram companheiros de equipe por saber do caso.
“Eu sabia que nossa equipe técnica estava obcecada com a sua perda de peso, como se fosse a única coisa que te impedisse de ter grandes desempenhos. Eu sabia porque eles falaram disso abertamente entre outros atletas,” escreveu Levins
O ex-assistente de Salazar Steve Magness, que se tornou um denunciante, disse que testemunhou o mesmo comportamento no projeto. “Me disseram que eu precisava fazer uma atleta perder peso. Quando eu mostrei dados sobre a gordura corporal baixa da atleta, eles me disseram: ‘não ligo para o que a ciência diz, sei o que vejo com meus olhos. A bunda dela é grande demais’.
Em comunicado, a Nike afirmou que ainda não ouviu as alegações de Mary sobre o Projeto Oregon. “Levamos as acusações muito a sério e iniciaremos uma investigação imediata para ouvir os ex-atletas do Projeto Oregon”, disse a empresa por e-mail. “Essas alegações são muito preocupantes e nunca foram levantadas por Mary ou seus pais”, acrescentou o comunicado. “Mary estava tentando se juntar ao projeto do Oregon e à equipe de Alberto ainda em abril deste ano e não havia relatado nada disso,” completou a marca.
Alberto Salazar foi suspenso por quatro anos, após ser acusado por tráfico de testosterona, adulteração do processo de controle de doping e aplicações ilegais de L-carnitina, substância natural que converte gordura em energia para atletas, enquanto trabalhava no projeto. A investigação foi conduzida pela Agência Antidoping dos Estados Unidos (Usada) e se tornou pública em 2015.
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