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Freetown, capital de Serra Leoa, país africano com seis milhões de habitantes, não é tão livre como seu nome sugere. No fim de agosto, encontrar grupos de jovens correndo pelas ruas da cidade nas manhãs de sábados e domingos deixou de ser cena rotineira.
A polícia local proibiu corridas em grupo e explicou que os atletas representavam “uma certa ameaça”, já que “abusavam dos insultos, obstruíam o trânsito, tocavam música alta e roubavam aqueles que passavam pelas ruas”. A informação foi divulgada originalmente pelo jornal americano The New York Times.
Em entrevista a uma rádio, Francis Munu, inspetor geral da polícia de Serra Leoa, acrescentou que “pessoas indisciplinadas frequentemente se juntam aos grupos de corrida, arrancam telefones e provocam agitação pública”. Segundo ele, a prática colocava a segurança pública em risco.
Há três anos, desde que um surto de Ebola matou milhares de pessoas em Serra Leoa, o comércio local não abre aos domingos. Assim, as ruas ficam praticamente abandonadas e são marcadas pelo silêncio aos fins de semana.
O veto causou indignação em quem tinha o costume de fazer exercícios em grupo. Pessoas contrárias à proibição acreditam que a manobra tem motivação política. Julius Maada Bio e Kandeh Kolleh Yumkella, possíveis candidatos à presidência nas próximas eleições e opositores de Ernest Bai Koroma, o atual mandatário, mantêm o hábito de correr pelas ruas e praias de Freetown aos fins de semana.
Enquanto correm, atraem a atenção de simpatizantes de seus ideais políticos, que os seguem, cantam e demonstram apoio a uma possível candidatura. Nos meses que antecederam o polêmico anúncio, Maada e Yumkella eram acompanhados por grupos cada vez maiores.
“O direito a protestos pacíficos foi atacado desde que este governo chegou ao poder. Temos que defender o nosso direito à liberdade de expressão. Isso é inaceitável”, disse Karim Bah, secretário-geral de um órgão político chamado Movimento para o Progresso Social.
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