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Mulher com esclerose encara 7 maratonas em 7 continentes

Atualizado em 27 de setembro de 2016

Quando Cheryl Hile, 42 anos, foi diagnosticada com esclerose múltipla em 2006, ela pensou que ali havia acabado sua carreira de corredora. Mas sua determinação – e também uma ajudinha da tecnologia – permitiu com que a atleta continuasse a acumular mais e mais quilômetros. Nesses dez anos, ela já concluiu 36 maratonas e agora planeja um novo e ousado desafio: completar sete maratonas nos sete continentes do planeta no prazo de um ano. Se tudo der certo, será a primeira corredora com esclerose múltipla a conseguir o feito.

Inspirada por seu marido Brian, um experiente maratonista, Cheryl começou a correr em 2000. “Eu acho que sou uma daquelas pessoas que vê na corrida o seu máximo. Me sinto tão bem que não quero parar de correr nunca na vida”, disse a atleta, que acaba de concluir a primeira etapa de seu desafio, na Cidade do Cabo, na África. “É um pouco diferente correr com a doença, mas é algo que eleva meu espírito”.

A esclerose múltipla é uma doença neurodegenerativa que atrapalha a comunicação do corpo com o cérebro. Em Cheryl, ela tem enfraquecido os músculos do lado direito de seu corpo, incluindo o seu pé direito, que fica “caído”, fazendo-a tropeçar. Para corrigir esse problema, ela usa uma espécie de cinta no tornozelo que eleva ligeiramente a ponta de seu pé, permitindo com que ela corra.

 

“Para correr, eu faço todo o esforço com o lado esquerdo do corpo e o direito praticamente só segue junto”, explica a corredora, que tem os músculos da perna direita atrofiados. Sua primeira neurologista, aliás, aconselhou Cheryl a reduzir suas expectativas em relação à corrida. Já sua ortopedista disse que ela poderia continuar a praticar o esporte, porém achava quase impossível fazer uma maratona. “Eu queria provar que eu podia”.

Após a primeira etapa na Cidade do Cabo, Cheryl e seu marido vão encarar a maratona de Buenos Aires, (outubro), Honolulu (dezembro), Antártica (janeiro), Tóquio (fevereiro), Viena (abril) e, por último, Nova Zelândia (junho), no dia de seu aniversário.

 

 

Antes do diagnóstico, a corredora completava os 42 km em torno de 4h15min. Agora, ela tem feito o trajeto em 5 horas. Os desafios que a mais preocupa são o da Antártica e a de Honolulu, por causa das temperaturas extremas que podem deixar sua perna mais pesada e seu braço mais limitado.

“É melhor eu fazer tudo o que quero agora antes que algo de ruim aconteça”, disse a atleta. “Tenho um pouco de pressa em fazer tudo, mas Brian sempre me diz que quem vai decidir o tempo de parar de correr maratonas será eu, e não a minha doença”.