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A onda de violência no Ceará vem assustando os corredores locais e alterou a programação das assessorias esportivas de Fortaleza. Com receio de serem confundidos com bandidos, alguns atletas amadores têm encurtado seus treinos e desviado suas rotas pela capital cearense.
Atualmente, a sensação de insegurança só não é extrema para quem corre em duas áreas: na Praia de Iracema, área nobre da cidade, onde o policiamento é reforçado, e em Cambeba, bairro que funciona como sede administrativa de órgãos do governo. Em um momento tão tenso, há quem seja confundido com bandido pelo simples fato de estar correndo pela rua, como aconteceu com o administrador Félix Luís.
“Para quem não mora na parte turística, como a Praia de Iracema, está complicado para correr. Eu fui confundido com um bandido. Nós, corredores, mesmo sem qualquer tipo de intenção, assustamos a população. Dia desses, eu estava correndo com um tênis minimalista, que não faz muito barulho, e vi que uma senhora se assustou quando notou a minha presença. Ela tomou um susto muito grande, puxou a bolsa e a segurou com força. Se ela estivesse armada, poderia ter reagido contra mim”, conta Félix.
“Quando explodiu essa onda de violência, eu deixei de correr por uns dois dias. Depois, mantive minha rotina normalmente, mas a atenção hoje é muito maior. Não corro com a mesma tranquilidade. Presto mais atenção no trânsito, nos carros e nas pessoas. A polícia não consegue estar em todos os lugares. A cidade é muito grande e pode acontecer de sermos surpreendidos”, acrescenta.
Na assessoria esportiva Stark, que tem 420 alunos na capital do Ceará, os treinos passaram a começar mais tarde e a recomendação é para que os atletas corram em blocos numerosos, de 50 a 70 pessoas.
“Mudou bastante a rotina dos nossos corredores. Geralmente, nossos treinos longos começam às 4h30 da manhã pelo clima quente de Fortaleza, já que às 6h o calor já é forte. Estamos largando mais tarde e diminuímos o volume dos treinos. O pessoal está receoso, com o pé atrás. Nós ficamos em alerta e tratamos de orientá-los sempre”, explica Deivid Marques, treinador da Stark.
Após o governo estadual dar início a uma série de ações para combater o crime organizado dentro dos presídios, facções criminosas passaram a atacar veículos, agências bancárias, pontes e prédios na Região Metropolitana e no interior.
Com o aval de Sérgio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública, mais de 400 agentes da Força Nacional foram enviados ao Ceará.
Além do impacto no comércio, a população de Fortaleza e da Região Metropolitana viu interrupções no transporte público e na coleta de lixo.
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