O excesso de energia de um cão pode ser um pesadelo para seus donos. Objetos destruídos e latidos durante a madrugada costumam perturbar quem tem um animal em casa. Os passeios são a alternativa mais indicada para extravasar toda essa energia, mas, seja nas ruas ou nos parques, há alguns bichos que vão além das caminhadas e “pedem” por corridas. Evolução do serviço de dog walker, existente nas principais cidades brasileiras há algum tempo, os dog runners têm se espalhado pelos Estados Unidos oferecendo treinos de corrida para cachorro .
Assim como as pessoas, os cães possuem limites físicos diferentes entre si e requerem níveis variados em suas atividades. Um whippet, raça de cães com membros alongados e finos, tem uma anatomia perfeita para correr e não se contenta com caminhadas, enquanto um buldogue inglês sofre mais com exercícios extenuantes. Foi essa constatação que influenciou Whitney Wells a aprimorar os passeios para cachorros e abrir a Philly Fit Dog, uma empresa de Filadélfia com 17 pessoas que correm e caminham com os melhores amigos do homem.
A companhia utiliza um sistema batizado de Pet Check Technology, que armazena as informações dos exercícios feitos pelos cães e os envia aos donos por e-mail. “Às vezes fazemos uma corrida mais lenta; outras vezes, a corrida é mais rápida. Esta variedade acrescenta alguma emoção ao passeio. Adoramos cachorros de todos os tamanhos e níveis de exercícios e adoramos desfrutar das corridas com nossos amigos peludos”, contou Wells à Runner’s World norte-americana.
Na Running Paws, em Nova York, os 16 funcionários que passeiam com os cachorros foram selecionados a partir de um critério bem definido: deveriam ter experiência na corrida. O fundador Seth Chodosh recrutou pessoas com passagem pelo atletismo de pista e alguns maratonistas. O grupo oferece sessões limitadas a dois cães ou até mesmo corridas individuais. Quando o bichinho ainda não está apto para correr, a opção mais comum é a caminhada rápida.
Em atividade desde 2007, a Atlanta Dog Runner soma mais de 20 mil km percorridos com cachorros só nos últimos cinco anos – a contagem é feita por GPS. Lá, o sistema é praticamente igual ao de uma assessoria esportiva: o cachorro é submetido a uma avaliação inicial gratuita para determinar a rotina de exercícios mais adequada para ele. O modus operandi da Atlanta Dog Runner é similar ao de alguns técnicos de corrida de rua: começam com uma caminhada de aquecimento, avançam para uma corrida e terminam desacelerando o exercício.
Quem gosta de colocar seu amigo de quatro patas para correr pode se inscrever na Dog Race, evento de 5 km que deve reunir 5 mil corredores (e seus respectivos bichinhos) em São Paulo. Em 2017, Cristovão Fernandes e seu border collie Walker ganharam a prova ao correrem 2 km em 5min50s.
No Brasil, os dog runners ainda não são tão populares como nos Estados Unidos, porém existem formas de colocar a cachorrada para correr em espaços abertos.
Nos seis meses em que está à frente do City Dogs Club, serviço de adestramento para cães em São Paulo, Luiz Felipe Pantano recebeu apenas um pedido inusitado. A dona de um border collie perguntou se havia a possibilidade de que seu cão fizesse o pastoreio (o ato de cercar e conduzir o gado no campo), assim como acontece em fazendas escocesas.
Todas as manhãs, Pantano leva até dez cães à Praça Boaçava, na zona oeste paulistana, onde os peludos podem circular sem coleira, correr e brincar. Segundo ele, os cães mais velozes são os whippets e os vira-latas. O principal desejo dos donos é que os cães retornem a seus lares cansados. O plano mensal com cinco passeios por semana custa R$ 520.
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