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Já ouviu falar em economia da corrida? Trata-se da influência exercida por um conjunto de fatores fisiológicos e biomecânicos que, quando combinados, determina quanta energia será consumida durante o exercício.
Força muscular, flexibilidade, alimentação, condições climáticas e capacidade cardiorrespiratória são elementos que costumam ditar o rendimento de um atleta, mas, caso um deles não esteja adequado em uma prova ou treinamento, o custo energético será maior.
Esportistas com uma boa energia da corrida necessitam de um menor volume de oxigênio para transformá-lo em eficiência nas passadas sobre o asfalto. Em outras palavras: realizam maior trabalho com menor gasto energético. Quem quer correr mais e se desgastar menos pode enxergar os treinamentos de força como alternativa.
A energia da corrida é responsável por até 65% da variação nos tempos de provas de 10 km. É esse elemento que explica o fato de atletas africanos, mesmo captando para dentro dos pulmões um volume de oxigênio 13% menor que os caucasianos, terem melhor desempenho nessas disputas. Eles são mais eficientes!
ESTUDO
Um estudo elaborado por Everton Crivoi, Marcelo Pereira, Diego Barretti, Cesar Abad e Valmor Tricoli, todos vinculos à Universidade de São Paulo (USP), e publicado pela Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte indica que, diferentemente do que especialistas pregavam há 20 anos, os treinamentos de força e de potência, quando realizados paralelamente aos de resistência aeróbia, provocam a melhoria da ativação muscular, uma das principais responsáveis pelo aumento da energia da corrida e da capacidade cardiorrespiratória.
Um dos artigos selecionados pelo grupo relata que 15 triatletas de alto nível foram divididos em dois grupos. Um manteve a rotina de treinamentos aeróbios, enquanto outro foi direcionado para treinamento de força em conjunto com a rotina de treinos aeróbios.
As séries aeróbias eram compostas pelas três modalidades do triathlon – corrida, natação e ciclismo – com duração total de 20,5 horas de atividade por semana. Já o trabalho de força foi conduzido por 14 semanas, em duas sessões semanais, com exercícios para membros inferiores, como leg press, agachamento, flexão, extensão de joelhos e flexão plantar. As alterações na programação eram feitas a cada três semanas, com o número de séries aumentando progressivamente.
O resultado do estudo comprovou que o treinamento de força de alta intensidade melhorou a economia da corrida em 11,76%. Os autores do artigo utilizado pelo grupo da USP sugeriram que um possível aumento na rigidez músculo-tendão pode ter sido o responsável pelos ganhos.
Em outra pesquisa, 17 corredores treinados – nove homens e oito mulheres – foram separados em dois grupos. Um permaneceu com a rotina habitual de treinamento, chamada de controle, outro, além da parte aeróbia, passou por estímulos de força. Ao longo de oito semanas, com três sessões a cada sete dias e exercícios de agachamentos, os treinamentos de força melhoraram a economia da corrida em 5%. Os resultados positivos não pararam por aí. Foram constatados ganhos no tempo para exaustão (21,3%), força máxima (21,3%) e na taxa de desenvolvimento de força (26%).
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