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Com 34 anos de vida, Ezequiel Gracida passou 15 deles na cadeia – os últimos sete, treinando de segunda a sábado em um campo de terra de 250 metros. Ele esteve preso no Reclusorio Varonil Preventivo Oriente da Cidade do México e, por duas ou três horas por dia, era mentalmente livre enquanto corria junto a quatro companheiros.
“Quando corria, me esquecia que estava preso”, disse Gracida, já em liberdade. Magro, forte e dono de um amplo sorriso, Ezequiel treinou enquanto cumpria pena pensando na Meia Maratona da Cidade do México.
Esta é a maior corrida de 21 quilômetros do México e a terceira da América Latina. O evento registrou 25 mil participantes na sua última edição. Os corredores precisam superar agressivas subidas para completar o circuito que se inicia e termina no Paseo de la Reforma, uma importante avenida da capital mexicana.
Ezequiel queria correr ali, mas estava preocupado pela proximidade do evento. Ele saiu da cadeia na noite de terça-feira, 18 de julho; a corrida seria no dia 30. Mas a decisão estava tomada. Ainda sem inscrição, mas com a expectativa de estar entre os 10 primeiros de sua categoria.
A sorte esteve do seu lado, no entanto, desde o dia que saiu do cárcere. Naquela noite, ele conheceu Paola Zavala, diretora do Instituto de Reinserção Social da Cidade do México. Paola se comprometeu a ajudá-lo, arrumando um número de inscrição de última hora.
Na sexta, 28 de julho, dois dias antes da corrida, Gracida assistiu a Expo Meia Maratona e conheceu Luis del Rey. Esse homem doou o kit de inscrição a ele, de número 13122. “Sete anos me preparando para isso e agora vou dar tudo, vou correr com todo o coração”, disse Ezequiel, sorridente.
Depois de treinar atrás das grades, ele cruzou a linha de chegada da meia maratona em 1h29min56. Foi o 39º de 2705 corredores que competiram em sua categoria. Durante o trajeto, a subida o prejudicou um pouco, pois na cadeia só havia solo plano. Mesmo assim, o desfecho foi impressionante.
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