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Há 38 anos na tela da Globo, Carlos Tramontina, apresentador da segunda edição do telejornal SPTV e do programa Antena Paulista, ganhou notoriedade no jornalismo nacional por relatar para os milhões de telespectadores da emissora as questões que afetam o dia a dia de uma megalópole populosa e problemática. Seu antídoto para clarear as ideias e voltar as atenções para temas que não sejam os problemas de São Paulo é a corrida de rua, esporte que pratica três vezes por semana em espaços públicos da cidade que tanto conhece, como o Parque do Povo, o Parque Ibirapuera e a USP.
“A corrida é a terapia mais barata que existe. Saio de casa sozinho, levo só um documento e fico com os meus planos e meus projetos. Penso nas palestras que tenho de fazer, nas reuniões de que devo participar e o tempo passa. É um momento meu”, diz o apresentador.
Com o esporte em seu DNA desde a infância, Tramontina, de 60 anos, conheceu a corrida antes mesmo de iniciar a carreira na TV. Em meados da década de 1970 deixou Ibitinga (a 350 km de São Paulo), onde foi criado, para estudar na capital. Saíram de cena as peladas com os amigos na várzea do interior e entraram as passadas pelo asfalto da Avenida Sumaré, na zona oeste.
Nas décadas seguintes, a corrida de rua dividiu espaço na agenda do jornalista com modalidades como o vôlei e o trekking. A paixão pelas montanhas o levou ao cume do Kilimanjaro, na Tanzânia, a quase 6 mil metros de altitude, ao acampamento base do Monte Everest, no Nepal, a 5.300 metros, e ao Aconcágua, na Argentina. Foi na montanha mais alta da América do Sul que ele viveu uma experiência traumática e decidiu se dedicar apenas à corrida de rua.
“Subir montanha significa usar bastante tempo para uma viagem. Eu acabava indo sozinho, porque a família não é louca de ir junto. Na viagem que fiz para o Aconcágua, estávamos em um grupo de quatro pessoas e um rapaz passou muito mal na altitude, teve um princípio de edema pulmonar e precisou ser carregado lá do alto da montanha. Foi aí que eu falei: ‘Está na hora de dar uma sossegada, ficar mais com a família nas férias’. Comecei a correr de forma regular, seguindo planilhas e orientações de treinador, sempre com o objetivo de participar de provas”, conta Carlos Tramontina.
CARLOS TRAMONTINA: HOMEM DE MUITAS PROVAS
A partir de 2006, Carlos Tramontina passou a conciliar suas férias na Globo com a disputa de provas pelo mundo. “Na verdade, a corrida determina o lugar para onde vou”, ressalta. No Brasil, já correu a Maratona de Porto Alegre, a Meia-maratona do Rio de Janeiro (“não existe prova tão bonita quanto essa aqui no País”), a Meia de Fortaleza, um percurso de 24 km na Maratona de São Paulo, a Volta da Pampulha, a São Silvestre, entre outras.
No exterior, a lista também é extensa. Ele suou a camisa na Maratona de Nova York (“pelo envolvimento de uma cidade tão importante, é a prova mais emocionante que existe, algo inexplicável”), em Praga, em Berlim, em Nice, San Diego e San Francisco. “Vou me divertindo por aí. Cada prova tem suas características, suas belezas. Acabo guardando um pedacinho de cada uma.”
Independentemente de onde esteja, Tramontina não deixa de praticar atividades físicas — além da corrida, faz musculação e alongamento em São Paulo. Quando não é possível correr na rua ou em parques durante as viagens, ele recorre às esteiras. Se o hotel em que está hospedado não conta com equipamentos do gênero, faz questão de pagar uma diária em uma academia.
A rotina de treinos, entretanto, teve algumas interrupções em razão de uma sequência de problemas físicos. Em 2012, ele se preparava para correr a Maratona de Amsterdã quando sentiu uma lesão na panturrilha. Depois, quebrou duas costelas durante uma partida de vôlei. O terceiro capítulo de sua maré de azar veio enquanto fazia uma reportagem na zona norte de São Paulo, onde foi picado pelo mosquito da dengue.
No ano passado, foi submetido a uma cirurgia no baço e ficou 40 dias afastado da televisão. Dois meses depois de voltar ao trabalho, quis recuperar o tempo perdido e participou de uma meia-maratona. “De lá para cá, vou contornando os problemas físicos e mandando pau na corrida”, brinca.
Os lugares favoritos de Carlos Tramontina para correr:
Preferida
“Não existe uma prova tão emocionante como a Maratona de Nova York. É uma coisa inacreditável. Ainda vou correr de novo por lá pela emoção, o envolvimento de uma cidade tão importante e tão grande, com tanta gente na rua no circuito inteiro, é demais!”
História
“Em Berlim, largar no Estádio Olímpico, que tem uma história no esporte e no mundo, é incrível. Largar daquele estádio, passar pelo centro, pelo Portão de Brandemburgo e terminar de novo naquele estádio é inesquecível.”
Em casa
“A orla de Nice é uma beleza, mas correr às 7h da manhã no Rio de Janeiro, diante daquelas praias todas e o sol nascendo, é outra coisa inesquecível. A Meia-maratona do Rio é a prova mais bonita do Brasil.”
Perdido
“Uma vez eu corri em Barcelona, mas não corri prova. Saía toda manhã para me perder na cidade. Correr sem ter preocupação para onde ia. Chegava em determinado momento e falava: ‘Estou correndo há uma hora, como é que faço para voltar?’. Isso é gostoso demais!”
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