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Ele começou a correr quando ainda nem existia por aqui essa história de corrida de rua; era coisa que só no Exército se fazia. Seu João, 83 anos, corre há mais de 70. Descobriu jovem, com seu pai, a caminhada como uma forma de fé e de devoção. “Eu sou de uma época em que não havia estrutura nenhuma, poucas corridas, nem davam medalhas. E meu pai era um andarilho pela fé, um ‘Forrest Gump’ que caminhava quase 100km por dia”, relembra ele, que acompanhava algumas caminhadas – e começou a correr neste meio tempo.
Seu João descobriu que correr podia ser muito mais divertido. E se orgulha de ter construído uma família que vive o esporte como estilo de vida, que herdou esse amor pela endorfina. E mais ainda, que aprendeu pelo exemplo dentro de casa, como o esporte é parte fundamental da vida de qualquer um. “Meu pai me ensinou o amor pela corrida e ver que eu consegui ensinar pra minha família que o esporte faz parte de uma vida feliz, já me deixa feliz”, diz, sorrindo.
‘Pai , essa é pra você’
E quem seguiu os passos dele na corrida foi seu filho, Sérgio Miranda, médico especialista em cirurgia da face, maratonista e pai da Victória. “Sempre corri, mas a veia de corredor veio quando meu pai me desafiou a bater o tempo dele na meia-maratona. E, pra você ver como o “velho” é duro na queda: demorei dez anos para conseguir”, relembra ele. Aos 62 anos, Seu João fez 21 km em 1h29min; 10 anos depois que aceitou o desafio de bater o tempo do pai, Sérgio conseguiu correr em 1h28min40seg.
Para o médico, o amor pela corrida aproximou a família e é a razão pela qual Seu João é tão saudável. “Quando eu vejo meu pai assim, quero ser assim. Meu pai sempre nos colocou em primeiro lugar, sempre foi presente. Um pai que educou de verdade: veio de uma família humilde, mas com muita vontade de viver, de aprender, de ser melhor, de evoluir. E isso eu vou levar para a vida. Temos uma família muito legal e saudável , todos amparados na estrutura desse ‘velhote’ aqui. Somos realizados com o que conseguimos. Meu pai é o máximo”, diverte-se o filho cheio de orgulho.
O que é ser um pai corredor? “É ensinar que é possível correr e fazer qualquer outra coisa. Trabalhar, ter um esporte e viver melhor a vida com um esporte para praticar. Para viver nessa cidade maluca é preciso de um esporte para aguentar o tranco. Meu pai é tudo. Meu pai me ensinou a ser homem, a aprender na tristeza e na alegria. Se eu for um quarto do que meu pai foi pra mim, já fico muito feliz”, diz Sérgio.
No DNA e no exemplo de vida
E o esporte não está só no DNA da família Miranda. Parece presente entre eles pelo exemplo e pela inspiração. Victória nasceu nessa família de corredores e já foi campeã brasileira de natação. Segundo o pai e o avô, é ela a verdadeira atleta da família. Eles estão só brincando de competir. Mas, vê-se nos olhos de Victória, o brilho do exemplo, da inspiração e de como compartilhar o esporte dentro de casa é capaz de transformar as pessoas para melhor.
“Meu pai é meu exemplo, na carreira, na corrida, com seu jeito de ser e agir com as pessoas. Meu pai fala comigo com muito carinho. E isso faz muita diferença. Se eu tenho um problema, é com ele que eu divido. Me traz paz o abraço dele, é meu porto seguro. Fico muito emocionada em falar dele”, derrete-se a filha de Sérgio. “Ele corre muito forte, tem tempos bons, maratonas sofridas num ritmo que eu não consigo imaginar. É muito difícil fazer o que ele faz. Ele é bruto, vai num ritmo bruto. E eu adoro isso! É minha inspiração em tudo, principalmente no esporte. E o vovô é o grande exemplo nosso, não só eu, meu pai, mas todos da família sempre viram o vovô correr, e ele inspirou a família toda”, conta a mais jovem corredora do clã Miranda.
Pai de dois filhos, avô de três netos e bisavô, Seu João se emociona ao falar do amor pela corrida compartilhado em família: “É difícil dizer de quem partiu esse amor por correr: de mim, ou do meu pai? Não sei dizer, mas o esporte trouxe harmonia para dentro de casa. A família em si é a principal coisa que existe, o comando de tudo. Sem família eu não seria ninguém e sem a corrida não seríamos felizes”, diz.
Perseverança, entusiasmo e evitar excessos são alguns dos segredos do Seu João estar em forma aos 86 anos, morar sozinho, dirigir, correr por aí… O amor pela corrida aproximou a família Miranda; e essa é apenas mais uma das histórias emocionantes do esporte, que mostram o presente que é estar entre aqueles que você ama, correr em família.
A vida é hoje. Corra o presente , corra com seu pai, sua família, seus amigos. Compartilhe momentos que deixem seu coração acelerado. Que te façam feliz. Feliz dia dos Pais!
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