Por Olavo Guerra

As fotos da formatura são especiais, não só para o formando, mas para toda a sua família e amigos. Por isso, todos querem aparecer bem nesses retratos. Imagine, daqui a trinta anos, mostrar essas imagens para o seus filhos e, lá, você está com 130 quilos?

Foi isso que pensou o mineiro de Belo Horizonte e engenheiro de produção, Cristiano Zuba. “Me descuidei tanto que cheguei a um momento muito importante da minha vida com aquele peso todo, aparência triste e uma saúde fragilizada”, conta o engenheiro. “Eu não era aquele Cristiano de 130 kg.”

As dificuldades com o excesso de peso estavam em pequenos detalhes. “Um simples pique pra atravessar a rua já era algo muito cansativo e impossível”, admite. Zuba procurou um médico e os exames constataram gordura no fígado e risco de doença cardíaca.

De acordo com o engenheiro, o ganho de peso ocorreu, principalmente, nos cinco anos da faculdade. “Eu comia muito mal. Muito salgado e refrigerante nos intervalos das aulas, frituras, massas e doces, além de muitas festas e churrascos, regados a carne vermelha à vontade e bebidas alcóolicas”, afirma. Além disso, ele não praticava nenhum tipo de atividade física.

A mudança começou na alimentação. “Excluí o refrigerante e os doces do meu dia a dia. O café da manhã passou a ser frutas com aveia e mel, pão integral e um suco natural. Nos lanches da manhã e de tarde, frutas, barras de cereal e iogurte. Durante a semana, o almoço e jantar passou a ser cheio de salada, arroz integral, feijão e carne branca.” Atualmente, nos fim de semana, ele não abusa, mas mantém uma cervejinha e carne vermelha.

Também começou a treinar. “No começo não tinha folego, conseguia correr no máximo 10 minutos contínuos, e com muito esforço”, relata. “A musculação me auxiliou a fortalecer meus músculos e nesse período não tive nenhuma lesão.”

Zuba voltou a nadar e intensificou as corridas. O preparo físico de cinco anos antes começava a voltar e, a partir disso, os 5 km não eram tão impossíveis como no começo. “Depois que completei os 5 km bem, acreditei que conseguiria correr os 10 km, e, com ajuda as planilhas detreinos da O2, consegui realizar a prova abaixo de uma hora”, garante o engenheiro.

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Para ele, “os primeiro 10 km foram muito empolgantes, pois, ali, se concretizava minha superação e mudança de vida.” Ele ressalta: “Correr é um trabalho diário, não adianta apressar as coisas.” Zuba começou com a caminhada, depois os trotes, até conseguir correr. “Sempre acreditei que conseguiria.”

“O mais legal desse processo é o bem que você faz para você, mas também o questionamento que você cria no meio em que vive”, diz o engenheiro. “As pessoas começam a avaliar seus hábitos e sua saúde, você se torna um exemplo bom. Isso é gratificante e te impulsiona a querer sempre mais.”

Em sua casa, seus pais e irmã mudaram a alimentação junto com ele e também estão em busca de uma qualidade de vida mais saudável.

Após 12 meses de muito esforço, Zuba saiu dos 130 kg para 103 kg. Ele quer mais: “Meu objetivo é chegar nos 95 kg”, afirma. Hoje, sua rotina de treinos é puxada. “Treino todos os dias. Musculação seis vezes na semana, treinos de corrida 3 vezes, intercalando com natação e bicicleta. Por dia, mais ou menos, 2 horas de treino.”

Ele também tem uma meta dentro da corrida. Após correr três provas – uma de 5 km e duas de 10 km – Zuba sonha com a Volta da Pampulha, no final deste ano. “Também tenho vontade de participar de um thriatlon”, conta.

A fórmula do sucesso de Zuba está na perseverança. “Tem que acreditar, ter paciência e saber que tudo que você faz tem uma consequência. Se você desanda no doce ou na massa, seu corpo vai desandar nas medidas. Mas se você se cuida e começa a se movimentar, seu corpo vai responder ao estímulo e mudar também”, comenta. “Tem que dar o primeiro passo, e continuar, as coisas não serão fáceis, tem que suar a camisa. Mas no final a recompensa é certa.”

Por fim, o engenheiro deixa um recado a todos que estão querendo diminuir o peso. “Mudar de vida não é impossível, se você quer você vai lá e faz. A trajetória não vai ser fácil, mas a linha de chegada você vai cruzar com certeza.”