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As ventosas de Phelps podem te ajudar na corrida

Atualizado em 22 de dezembro de 2017
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Ao aumentar sua coleção de medalhas de ouro olímpicas no Rio, o multicampeão Michael Phelps chamou a atenção também pelas manchas escuras na pele, principalmente na região dos ombros. Tais manchas são resultado da ventosaterapia, uma técnica da medicina tradicional chinesa que aumenta o fluxo sanguíneo e ajuda na recuperação da musculatura. Embora pesquisadores aleguem que faltam evidências científicas sobre a eficácia do tratamento, cada vez mais atletas recorrem a ele, amadores ou profissionais.

“A pressão negativa gerada pela ventosa leva ao aumento de fluxo sanguíneo na região, o que, em teoria, melhora também a vascularização da musculatura local”, explica Sérgio Mauricio, membro titular da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e Exercício.

A ventosaterapia consiste em acender um líquido inflamável dentro de pequenos copos de vidro que são colocados em contato com o corpo. A diferença de temperatura e pressão causada pelo contato gera uma força de sucção, esticando a pele. Outra possibilidade é com um copo com uma válvula onde é conectada uma bomba de sucção.

Segundo os defensores da técnica, esses processos estimulam o fluxo sanguíneo e aceleram a recuperação. Ainda de acordo com os adeptos da ventosaterapia, a técnica limpa as toxinas acumuladas no sangue, estimula a corrente sanguínea e acelera o processo de cura dos músculos trabalhados durante o exercício.

Essa regeneração mais eficaz das microlesões e inflamações causadas pelo esforço intenso tem atraído atletas amadores de corrida, ciclismo e triathlon, entre outras modalidades.

Por outro lado, a literatura médica tradicional ainda se mostra controversa quanto ao assunto.

“Em 2013, pesquisadores alemães usaram o método para tratar pacientes com dores musculares crônicas na região cervical, com bons resultados, porém os próprios autores sugeriram que mais estudos fossem feitos a respeito do método. Já em 2014, autores de Oxford pesquisaram artigos sobre o assunto e concluíram que existem poucas evidências científicas que comprovem a eficácia do método”, conta o ortopedista Sergio Mauricio.

 

 

Por que fica roxo?

“O aumento da pressão leva à ruptura de pequenos capilares sanguíneos da pele, responsáveis pelas marcas redondas na região, como se fossem ‘chupões’”, explica o médico.

O processo também é considerado dolorido por alguns adeptos, mas cada vez mais pacientes recorrem a ele com diferentes finalidades, como redução de celulite e gordura localizada, tratamento de lombalgias, dor abdominal e hipertensão arterial. Tais efeitos também não têm forte base científica de comprovação.