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Para os atletas de resistência, o auge da carreira costuma vir depois dos 30 anos. Com o corredor pernambucano José Eraldo de Lima, atual campeão da Wings for Life e da Mizuno Uphill, não foi diferente. Além das razões fisiológicas que explicam o sucesso “tardio” dos “trintões” que gostam de longas distâncias, ele apostou em estudos científicos para reformular seu programa de treinos e obter resultados mais expressivos.
Cursando o último ano de educação física em uma universidade de Maringá, no Paraná, o atleta de 36 anos levou em consideração o aprendizado nas salas de aula para diminuir seu volume semanal de treinos e ser um corredor mais veloz. Saíram rodagens superiores a 200 km por semana e entraram volumes de, no máximo, 160 km.
“Agora eu consigo aplicar nos treinos o que vejo nas aulas. Antes de estudar educação física, eu treinava mais de 200 km por semana. Hoje não passo de 160 km. Diminuí esse volume me baseando em estudos científicos, percebendo que os treinos de força aumentavam a força elástica do músculo. Isso me faz economizar energia na corrida e vem gerando bons resultados”, contou.
Os treinos de força são o segredo para que o campeão da Wings For Life chegue bem preparado para defender o seu título na Mizuno Uphill, a maratona mais difícil do Brasil. Em 2017, o pernambucano quebrou o recorde da prova ao marcar 3h07min53s.
A Serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina, onde é disputada a competição, tem 13.95 km de subida, uma média de inclinação de 7,5% e um ganho de elevação de 1.079 metros, com mais de 240 curvas. Temendo o desgaste provocado pela inclinação acentuada, ele preferiu não simular as subidas catarinenses, optando por reforçar os treinos de intensidade, o principal pilar de seu treinamento.
“Aqui no Brasil, não tem como simular aquelas subidas da Mizuno Uphill. Mesmo se achasse, não seria interessante treinar nessas condições, porque o desgaste físico é enorme e prejudicaria bastante”, ressaltou.
O pernambucano nunca havia corrido mais que 42 km até participar da Wings for Life deste ano e, mesmo assim, subiu ao lugar mais alto do pódio ao completar 63.70 km em 4h17min. Nada mal para quem, no início de carreira, ouviu de um treinador que não iria longe no atletismo.
“A persistência foi o que me levou a alcançar grandes resultados. Nunca fui dos mais talentosos. Em 1996, eu fiquei em penúltimo lugar nos 5 mil metros nos Jogos Escolares da Juventude. Um treinador que hoje é um grande amigo me disse que eu não levava muito jeito para aquilo. Tomei como motivação e, no ano seguinte, fui o vice-campeão naquela mesma competição”, relembra.
José Eraldo está confirmado no Desafio Samurai, trecho mais difícil da Mizuno Uphill. No dia 1º de setembro, ele e outros atletas correrão 42 km pela manhã e mais 25 km à tarde. Desde 2017, ano em que a organização ofereceu premiação aos participantes, a Uphill atrai nomes importantes do atletismo nacional.
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