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Quem não gostaria de eliminar os pequenos hábitos ou vícios que nos atrapalham no trabalho, na vida e, por que não, na corrida? Lançado em 2012, o livro “O Poder do Hábito“, presença constante nas listas de publicações mais vendidas no Brasil e nos Estados Unidos nos últimos anos, reúne uma série de casos de mudanças e correções de costumes. A corrida é citada algumas vezes no livro como um dos fatores que puxam outros hábitos positivos, desencadeando em uma onda de atitudes que transformam o corpo e a mente.
Logo no prólogo, Charles Duhigg, jornalista que construiu carreira no New York Times, apresenta a história de Lisa Allen, que começara a fumar e beber aos 16 anos, acumulara dívidas no início de sua vida adulta e lutara contra a obesidade durante a maior parte da vida. Aos 30 anos, motivada pelo fim de seu casamento, a americana decidiu romper com todos os seus hábitos autodestrutivos. Quatro anos depois, estava livre do cigarro, havia perdido 27 quilos, tinha uma maratona na bagagem e desfrutava da estabilidade de seu emprego.
Trajetórias como a de Lisa são dissecadas por Duhigg e permitem que o leitor entenda como reconstruir os seus próprios padrões — e como a corrida pode ajudar na tentativa de estabelecer uma nova vida.
Segundo o autor, qualquer hábito passa por um circuito de três fases. Tudo começa com um gatilho, que leva à definição de um planejamento em que a pessoa encaixa todos os seus afazeres, a rotina. Essa sequência de ações que fazemos automaticamente, sem que pensemos muito a respeito delas, conduz à recompensa, o objetivo buscado quando o hábito é acionado.
Na corrida, as três fases explicadas por Duhigg surgem de forma clara com o que ele chama de loop do hábito. O gatilho costuma ser a busca por emagrecimento ou por uma saúde melhor, as portas de entrada mais comuns da modalidade. A rotina aparece com treinos, planilhas e busca por uma alimentação mais saudável. A recompensa pode ser o ganho de autoestima, a sensação de dever cumprido ao concluir uma prova, a satisfação ao ver os quilos a menos ou o prazer de receber um elogio. Quanto mais gratificante for esse “prêmio”, maior será o desejo de se repetir a rotina.
Abandonar a má alimentação e o sedentarismo e adotar uma vida mais saudável é um processo complicado para algumas pessoas. Alguns hábitos estão tão enraizados que a pessoa sequer percebe como ou por que se sabota. Afinal de contas, como fazer com que a corrida seja um hábito duradouro e entre para ficar em sua vida?
“O primeiro passo para as pessoas que não conseguem quebrar os hábitos ruins é identificar como e quando eles surgem. Às vezes, ela está vestida com a roupa para correr e, mesmo assim, não vai. Por que isso acontece? É preciso entender o que acontece e adequar a corrida às melhores condições para essa pessoa. Se a pessoa tem dificuldade para acordar, talvez não seja bom encaixar um treino logo nas primeiras horas do dia. Outro ponto importante é a definição de um objetivo. Quando essa meta for atingida, a sensação de dever cumprido reforçará tudo o que foi feito até ali. Quando a corrida se torna um hábito de fato, fica aquele sentimento de ‘eu quero correr’, não mais ‘eu tenho que correr'”, analisa a psicóloga do esporte Julia Amato, da Flow Psicologia.
Um hábito leva de quatro a seis semanas para ser formado. Sinônimo de sofrimento para alguns nos primeiros quilômetros rodados, a corrida fica mais prazerosa conforme o tempo vai passando. O ponto, segundo Julia, é aceitar o lado duro da prática de esportes, mas estar ciente de que o saldo é positivo.
“Todo mundo sabe do lado positivo da corrida. Faz bem para o coração, emagrece e melhora a qualidade do sono. Mas por que ainda assim há um número alto de pessoas sedentárias? É preciso trazer o lado mais humano, mostrar que a preguiça é normal, que o frio atrapalha e, dentro de tudo isso, ajustar a rotina do exercício e os objetivos a serem cumpridos”, recomenda Julia.
– Não pense muito antes de sair para correr. A hesitação aumenta as chances de que o treino seja adiado.
– Se você costuma correr depois do trabalho, não sente no sofá. Isso gera uma sensação de preguiça e uma certa letargia.
– Forneça novos estímulos para a sua mente. Variar o percurso torna a atividade mais empolgante (ou menos sofrida).
– Alguns corredores mais experientes, que precisam seguir uma planilha e fazer uma rodagem mais longa, costumam “encurtar” seus treinos. Se a rodagem recomendada é de 15 km, há quem interrompa na casa dos 10 km. Para que isso não aconteça, treine longe de casa — uma forma de evitar um retorno fora de hora.
– Identifique em qual parte do dia você rende mais fisicamente. Nem todos funcionam bem pelas manhãs, por exemplo.
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