Ana Gestal é a prova viva de que a dedicação é o tempero do êxito. Corredora há mais de três décadas, já se aventurou pelo triathlon e correu sua primeira maratona meses após o nascimento de sua primogênita. Este ano, alcançou o terceiro lugar na 42k de Floripa.
Com uma rotina apertada após a chegada do caçula, Ana passou a ir para a academia na hora do almoço, o único horário disponível na vida de mãe, advogada e esposa. Desde então, ela caça seu melhor recorde pessoal entre participações em majors como Berlim, Chicago e Boston.
“O Alexandre, meu marido, não me deixa desanimar nunca, é superparceiro. Depois que o Lorenzo fez 3 anos, voltei a participar das corridas e retomei em 2012 o ânimo para as maratonas”, comenta Ana.
Depois de uma tentativa frustrada de completar sua segunda Maratona de Boston em abril deste ano, voltou determinada a dar o seu melhor. “Na época do treinamento (para Boston), minha mãe ficou doente, o marido havia se machucado… Tudo isso me desgastou muito. Não fiquei 100% presente na prova e decidi parar no km 20”, rememora.
Decidida a enfrentar os 42k de Floripa, seguiu o script, treinou religiosamente e alimentou-se como deveria, ciente de que o importante era aproveitar cada segundo, sem a mesma cobrança anterior.
Ana conta que decidiu aproveitar os dias anteriores à prova com amigos e família. “Na quinta, descansei na praia. Na sexta, joguei bola com meu filho e no sábado estava comendo pipoca no cinema. Acordei em paz, encaixei o ritmo (a 4’30”) durante a prova inteira e nem percebi quando estava chegando ao fim”, comenta.
Recebida pelo filho e marido no km 36, foi pega de surpresa quando descobriu que estava em terceiro lugar na distância. “Não acreditava! Quando olhei as 3h09min40s no relógio, fiquei perdida. Cruzei a linha sendo amparada pelo meu filho, isso vai ficar para sempre na minha memória.”
Ao subir no pódio, a euforia cresceu no peito. “Já havia ganhado muitos troféus em outras distâncias, mas estrear nos primeiros lugares de uma maratona me deixou toda arrepaiada”, disse.
Depois de Floripa, Ana aprendeu uma lição valiosa: é essencial respeitar os limites. “Nada de insistir em um treino se você está cansado. É melhor ficar sem fazer nada do que entregar algo pela metade”, sinaliza, “a corrida é a minha terapia, a hora que eu medito, que dou risada, choro.”
Ana também deixa um conselho para repensarmos nossa relação com o esporte: “Não é você que precisa encaixar a vida na corrida, é a corrida que precisa se encaixar na sua vida”.
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