Você, corredor que treina diariamente, já percebeu alguma diferença no seu tempo de treino em relação ao seu tempo de prova? Geralmente, os praticantes da corrida de rua diminuem segundos, ou até minutos, quando estão participando de uma prova. Mas por que é comum correr melhor quando estamos competindo? É pela motivação e adrenalina do lugar?
É certo que, antes de uma corrida, são tomados mais cuidados com alimentação, descanso e recuperação, coisas que muitas vezes são negligenciadas durante o período de treinamento, ou que não são tratadas com tanta importância.
Já antes da prova, tudo isso passa a ser uma espécie de ritual. O competidor fica mais sistemático e passa a dar a real importância aos fatores que podem vir a prejudicar sua performance durante a prova. Exemplo: dormir, no mínimo, sete horas; hidratar-se corretamente; comer alimentos que não causem risco de indigestão. Entre milhares de outros detalhes que, comumente, só se tornam importantes no dia anterior a prova.
Dessa forma, é comprovado que todos esses cuidados que não são tomados naturalmente durante os períodos de treino, mas são praticados dias antes da competição, podem afetar de forma positiva o desempenho do atleta, fazendo o correr melhor.
No entanto, um estudo publicado pelo College of Sports Sciences, em Viena, traz outra justificativa sobre a diferença de resultados nos treinos e nas provas. Na pesquisa, cientistas selecionaram pessoas para percorrer uma distância de 4 km duas vezes. Na primeira vez, os voluntários tiveram que dar o seu máximo em uma corrida “individual”. Já na segunda vez, os cientistas colocaram um rival virtual.
Assim, foi observado que os corredores foram muito mais eficazes e rápidos quando correram contra o atleta virtual que os desafiava. Na pesquisa, foi comprovado que os atletas voluntários conseguiram diminuir até 10 segundos, em média, dos tempos que obtiveram na primeira tentativa, quando teriam usado o máximo de suas capacidades.
A conclusão alcançada pelos pesquisadores é que nas corridas de rua, com outros competidores, os músculos usados são submetidos a uma alta tensão, aumentando a capacidade de tolerar níveis mais altos de fadiga.
Matéria originalmente publicada em Atletas.info
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